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Identificado com função, Mauro Galvão espera por mudança para CT

Em processo de descoberta do tamanho do trabalho que terá como coordenador da base do Vasco, cargo que assumiu há exatamente uma semana, Mauro Galvão ainda não é capaz de falar muito sobre as dificuldades do clube nos últimos anos. Ídolo cruz-maltino, o ex-zagueiro garante que se identificou com a função administrativa e pretende cumprir um ciclo em São Januário tão vitorioso quanto o que passou em campo. Para engrenar um dos trabalhos mais desafiadores de sua trajetória no futebol, porém, espera ver a garotada integrada no CT de Itaguaí, o que deve acontecer só em outubro, para então colocar sua filosofia em prática.

Ao lado do ex-lateral Clóvis e trazendo consigo o ex-atacante Sorato para ser técnico dos juniores, além de outros nomes de menos vulto, o capitão do título da Libertadores 1998 destaca a união e o respeito do elenco como a virtude mais urgente para se formar valores e fazê-los compreender o que a passagem profissional representa. Mas, até agora, só deu tempo de ser apresentado a quem ficou e de assistir a partidas dos juniores e dos juvenis.

\"Dinamite
Dinamite e Mauro Galvão no dia do anúncio da contratação (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)

- Neste primeiro momento, o objetivo é avaliar as pessoas, as equipes, estar a par de tudo, o que não é fácil. As mudanças mesmo vão ter início e forma em relação ao que se pretende quando formos para Itaguaí. As condições vão ser corrigidas e poderemos acompanhar os treinos detalhados de cada um. Tem muita gente por aí que chega à equipe de cima sem saber matar a bola no peito, cabeceando de olho fechado. Não posso exigir, hoje, que façam o que não podem. Vamos implantar formas mais elaboradas de treino e entregar o que os atletas necessitam. O alojamento, a alimentação, o descanso, todo esse controle é importante para que o retorno aconteça gradativamente - explicou Mauro Galvão, que avisa que as ideias não se encaixarão no perfil de quartel general nem se tratam de uma cartilha.

A reformulação do setor foi motivada pelos maus resultados recentes, já que o Vasco, por exemplo, não ergue uma taça há mais de dois anos nos juniores e sequer venceu um clássico no período. Aqueles que foram demitidos ou que se anteciparam e pediram o boné rebatem criticando o aporte financeiro destinado pela gestão de Roberto Dinamite à base. Algumas pessoas sempre foram contestadas, mas tinham respaldo direto do presidente.

Entre o momento que chama de \"emergencial\" como treinador e o reencontro com a Colina, Galvão foi executivo no Grêmio e Avaí. Absorveu experiências e, especialmente, mais contatos no ramo que o fazem sonhar com a captação de reforços de nível já a curto prazo.

As mudanças vão ter início e forma quando formos para Itaguaí. As condições vão ser corrigidas e poderemos acompanhar os treinos detalhados. Tem muita gente por aí que chega à equipe de cima sem saber matar a bola no peito, cabeceando de olho fechado. Não posso exigir, hoje, que façam o que não podem. Vamos implantar formas mais elaboradas de treino e entregar o que os atletas necessitam.\"

Mauro Galvão

- Com o conhecimento e o respeito que adquirimos, os contatos que fizemos ao longo do tempo, é normal nos procurarem para fazer negócio. Captar em outros mercados é fundamental, sim. Sempre que der para trazer, vamos investir em parcerias que sejam boas para o Vasco, que precisa ter participação nos jogadores, não pode sair prejudicado. Tem de ser uma coisa equilibrada, respeitando o fato de que o clube é uma grande vitrine - frisou.

Neste mesmo período, desde 2004, tem na ponta da língua a receita para agregar espírito vencedor a um elenco de qualidade. E indica que, aos 51 anos, pode não saltar mais de função.

- Tirei muito proveito dessas experiências todas. Joguei por 23 anos, depois tive uma passagem pela comissão técnica, como auxiliar e treinador, e fui para este cargo de gerente. Mas sempre na área técnica, o que é importante para mim. Ajudar no processo de trazer os jogadores tem a ver com o trabalho do campo. Vi que é necessário ter um bom ambiente, grupos que trabalhem equilibrados. A individualidade resolvia antigamente, mas hoje, não. Destaco essa questão do vestiário, do feeling de manter todos concentrados no objetivo como o grande aprendizado, uma atualização que se deve ter - crê Mauro Galvão, que emendou sobre a paixão que desenvolveu pelo Gigante da Colina.

- Essa função me agrada bastante, mas não tem como definir que não quero mais nada. No momento, é isso. E poder dar sequêncis trabalhando com jovens, ainda mais no Vasco, é motivo de satsifação. Um clube que sempre acompanhei. Tive de enfrentá-lo algumas vezes, mas faz parte do futebol. Fazemos coisas que não gostaríamos.

Fonte: ge
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