Ídolo do Vasco, Mauricinho é um dos alicerces da boa performance do Votoraty

Com apenas cinco anos de vida, o momento do Votoraty não poderia ser melhor. Em 2009, a equipe conquistou os títulos do Campeonato Paulista da Série A-3 (terceira divisão) e da Copa Federação Paulista de Futebol. E os sonhos não param por aí. Pelo contrário, são cada vez mais altos.

Para continuar trilhando seu caminho de sucesso, a cidade conta com um parceiro forte e com pessoas que fizeram sucesso no futebol como jogadores. O presidente é Maurício Villela, o Mauricinho, ponta que fez muito sucesso com a camisa do Vasco na década de 90 e que chegou a ser campeão mundial de juniores. Já a comissão técnica é chefiada por Fernando Diniz, meia que jogou em vários clubes do futebol brasileiro, como Flamengo, Fluminense, Palmeiras, Corinthians, Santos e Cruzeiro

Mauricinho chegou ao Votorantim em janeiro de 2009, dias depois de o clube ser comprado pelo empresário Manoel Leão, de Ribeirão Preto. Logo surgiu o primeiro desafio.

- O campeonato da Série A-3 começaria em duas semanas e não tínhamos nada. Foi então que conversando com o Vagner Mancini (atual técnico do Vasco), que foi meu companheiro no Bragantino, surgiu o nome do Fernando Diniz. Rapidamente entrei em contato, fechamos tudo e ele começou a trabalhar - contou o dirigente.

Na sequência, Mauricinho teve de trabalhar muito para vencer outro problema: a desconfiança dos moradores da cidade de Votorantim.

- Imagina só. Chega uma pessoa de fora, compra o time e começa a montar tudo do zero. É claro que o pessoal ficou desconfiado. No início, não tivemos o apoio que precisávamos. Mas, com o passar do tempo, todos foram percebendo que não viemos aqui para passear ou jogar dinheiro fora. Nosso trabalho é sério. Hoje não podemos reclamar. Nas finais do Paulista da A-3, a presença de público foi espetacular - lembrou.

Veio o segundo semestre. Os times paulistas que não estivessem nas Séries A,B,C ou D do Campeonato Brasileiro disputariam a Copa FPF. E, para tornar a competição atrativa, definiu-se que o campeão disputaria a Copa do Brasil de 2010. E o Votoraty não deu chance para os seus adversários.

Mauricinho não enfrenta em Votorantim o problema vivido pela maioria dos clubes do Interior. Os salários são modestos, mas estão em dia. Eventualmente, premiações também são oferecidas. Tudo dentro da realidade de um time que está na segunda divisão do futebol paulista.

- A folha de pagamento mensal do Votoraty é de R$ 120 mil. O salário mais alto é de R$ 6 mil. Trabalhamos com os pés no chão. Com humildade e o apoio da cidade, vamos buscar os nossos objetivos. Em 2011, se Deus quiser, estaremos enfrentando Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos - afirmou Mauricinho, muito esperançoso.

Aos 46 anos, o agora presidente ainda disputa uma pelada em Rbeirão Preto quando a agenda permite. Quando fala de futebol, o ex-ponta abre um sorriso e lembra de sua carreira vencedora.

- Não tenho do que reclamar. Tive muitas alegrias no futebol. Conquistei títulos pelo Vasco e pela seleção brasileira. Só lamento ter perdido a final do Mundial de Clubes de 1998 para o Real Madrid (ESP). O Vasco merecia levantar aquele caneco - lembrou o ex-ponta direita.

O dirigente lembrou que, quando era jogador, tinha como principal objetivo consagrar os artilheiros que atuavam ao seu lado. E ele garante que fez isso como poucos no futebol brasileiro.

- Rapaz, muita gente não pode reclamar de mim não (risos). No Vasco, Roberto Dinamite (atual presidente) e Romário foram artilheiros. No Botafogo, consagrei o Túlio. Eu tenho contato com o Romário e com o Dinamite e lembro que, no final do ano passado, nos encontramos no Rio e comemoramos o ano de conquistas.

O Roberto foi campeão com o Vasco, o Romário com o América e eu com o Votoraty. Está ótimo - brincou.

No final da conversa, Mauricinho mudou o semblante ao falar da situação do técnico Vagner Mancini, que perseguido pela torcida, corre o risco de ser demitido se a equipe não reagir dentro de campo.

- Acho uma grande sacanagem o que estão fazendo com o Mancini. Quando o Roberto quis contratá-lo, me ligou e perguntou o que eu achava. Disse que ele não iria se arrepender. Só que o cara precisa de tempo para trabalhar. O Mancini é o cara perfeito para o momento do Vasco. Eu sei disso. Conheço muito bem as duas partes - concluiu o agora presidente Mauricinho.