O humor costuma apaziguar os ânimos dos espectadores, como bem sabem os integrantes da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo.
O tipo de crítica de costumes que eles fazem, numa linguagem que lembra o besteirol da televisão levado ao teatro, também está passível de enfrentar manifestação negativa, como admite Adriano Assis, o Siri, um dos seis comediantes da companhia. \"Aceitamos e lidamos muito bem com as vaias. Fazemos piadas com os times de futebol e sempre tem alguém mais aguerrido se pronunciando, mas isso não nos incomoda\", garante Siri, que acompanha o grupo no espetáculo Os Melhores do Mundo Futebol Clube, que será apresentado de amanhã até domingo, no Teatro da UFPE.
Mais recente produção do repertório da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo, criada em 1995, em Brasília, Os Melhores do Mundo Futebol Clube mexe com uma das maiores paixões do brasileiro e só deveria estrear em 2010. \"Mas antecipamos a montagem para este ano e já estivemos em Brasília, Manaus e Fortaleza. Como fazemos piadas com os times locais, cada apresentação é quase \"personalizada\". Não temos como não brincar com a atual situação do Santa Cruz\", exemplifica Adriano Siri.
Depois de virem ao Recife duas vezes nos últimos dois anos - com Notícias populares, em 2007, e Hermanoteu na terra de Godah, em 2008-, da nova peça podem-se esperar algumas esquetes engraçadas e outras nem tanto, mas que acabam agradando ao público acostumado a ver na TV integrantes como o goiano Jovane Nunes, o Zeca Pimenteira do Zorra total, da Globo. \"Fazemos sete ou oito cenas e em cada esquete um ator pode interpretar até três personagens. Tentamos criar uma apresentação dinâmica e divertida, que não seja maçante para quem não gosta de futebol. Não é uma comédia só para entendidos do esporte\", avisa o ator.
Adriano Siri é torcedor do Vasco, assim como os outros quatro componetes da Cia. de Comédia, exceto Jovane Nunes, que torce para o Botafogo. Em um dos momentos da peça, Adriano encarna um marido que perde apaciência com a esposa, pois tenta assistir à transmissão do jogo na televisão, mas ela não permite. \"As mulheres fazem perguntas sem embasamento sobre futebol. Não são todas, mas a maioria\", opina, com uma boa dose de machismo.
Em outro quadro, o grupo detalha a invenção do esporte, voltando à Idade Média, com direito a um rei e seu ajudante. \"Cada esquete é uma surpresa, uma novidade\", destaca Adriano Siri, que não costuma frequentar o estádio, mas no dia em que falou com a reportagem estava bem contente, pois tinha almoçado com o ex-jogador e Presidente Roberto Dinamite e, à noite, iria assistir ao Brasiliense x Vasco, em partida da série B do Campeonato Brasileiro. A censura da peça é 12 anos.