Se ainda repousava alguma dúvida sobre o esquema com três volantes do Vasco, ela se dissipou ontem. Com os cães-de-guarda à frente da zaga, o Vasco jogou um primeiro tempo sofrível e só empatou com o lanterna do Carioca. Já com um atacante no lugar de um dos volantes, o time pressionou o América durante todo o tempo,
marcou dois gols e alcançou uma vitória que trará a paz de volta à Colina.
Mas que o primeiro tempo foi sofrível de se assistir, não há dúvidas. Passes errados, jogadores pouquíssimos inspirados e dois times desorganizados. Do lado vascaíno, a maior aposta era a tradicional jogada entre Morais e Wágner Diniz pelo lado direito. Mas, bem marcados, ambos pouco produziam. Dentro de suas limitações e com desespero de quem luta contra o descenso, o América buscava contra-ataques e até se segurou bem no primeiro tempo.
Mas o desempenho para lá de ruim do Vasco continuou no início da segunda etapa. E, diante de tanto sofrimento na arquibancada, o técnico Alfredo Sampaio enfim teve a boa idéia de sacar o cansado Beto para a entrada do veloz Jean. Era a senha para a vitória. Com movimentação incessante pelas pontas, o Vasco levava a zaga rubra ao desespero com as seguidas bolas cruzadas na área.
Primeiro, Alan Kardec carimbou o travessão. Depois, Edmundo cabeceou com perigo. Com a maior parte do campo tomada, o Vasco ainda pecava nas conclusões. Até que Leandro Bomfim, de longe, cobrou falta de maneira precisa e abriu o placar.
Mais relaxado e sem a pressão de uma zebra, o Vasco administrou a partida e insistiu nas bolas lançadas para os ligeirinhos Wagner Diniz e Jean. E foi com eles que nasceu o alívio definitivo. No final da partida, o atacante recebeu bola de Diniz na área e tocou na saída do goleiro: 2 a 0, vitória sacramentada e a volta dos sorrisos na Colina. Um contraste com o desesperado América.
Minuto-chave - 23’ do segundo tempo: Leandro Bomfim cobra uma falta com perfeição e, de direita, abre o caminho da vitória vascaína. O resultado praticamente assegura uma vaga para a equipe nas semifinais da Taça Rio.
Jean, decisivo, sobre a boa fase: “Estou muito feliz, porque sempre que entro nas partidas tenho conseguido fazer os gols e mudar a história do jogo. Foi uma boa vitória. Agora é Alfredo (Sampaio, técnico), quem vai decidir se serei titular”