O clima de tranquilidade e descontração que tomou conta do Vasco após a chegada de Joel Santana já é coisa do passado. Em pouco mais de um mês e meio, os sorrisos e gritos de apoio ao treinador viraram apreensão e hostilidade. Com a pior sequência desde que assumiu o comando do Cruzmaltino, o folclórico treinador foi muito xingado por torcedores após o empate com a Ponte Preta no sábado, em São Januário, e viu os questionamentos internos aumentarem consideravelmente.
Joel somou apenas um ponto nos últimos três jogos – derrotas para Santa Cruz e América-RN, além do empate no último fim de semana – e viu o Vasco se distanciar da liderança da série B do Campeonato Brasileiro. A situação na tabela, que nunca chegou a ser confortável, ficou preocupante a seis jogos do fim da competição.
Ao contrário de 2009, quando liderou grande parte da segunda divisão e transformou as últimas rodadas em festa, o Vasco precisa pontuar contra Paraná, ABC, Ceará, Vila Nova, Icasa e Avaí para espantar qualquer chance de ficar de fora do G-4.
Coincidentemente, a queda no desempenho começou justamente após o vazamento dos vídeos de preleções de Joel. O clima ficou ruim nos bastidores do clube, onde a diretoria buscava o responsável pelas filmagens.
Joel Santana, no entanto, não vê relação nos fatos e minimiza ainda o rendimento abaixo do esperado nos últimos jogos.
"Não tem nada a ver com a história dos vídeos. Todo mundo quer um resultado imediato. Estou há um mês e meio no clube. A oscilação é natural. Acontece com todas as equipes praticamente. E a torcida começou a vaiar porque queria a vitória. É sempre assim, não tem motivos para se preocupar", disse o técnico, que não havia recebido tantas críticas desde que retornou a São Januário.
Com 55 pontos conquistados após 32 rodadas, o Vasco está a cinco pontos da líder Ponte Preta. A mesma distância é verificada para o quinto colocado, o Ceará, que tem 50 pontos.