Dias após garantir o acesso à primeira divisão depois de muitas vaias e com mais um empate, o técnico Joel Santana revelou que o ambiente em São Januário está longe de ser harmônico. Em entrevista ao canal Fox Sports, o treinador revelou que encontrou um grupo dividido no Vasco, entre os jogadores mais veteranos, os estrangeiros e os jovens. Joel também falou abertamente que viu covardia na gravação dos vídeos de preleções, que vazaram na internet e geraram mal-estar no clube.
As revelações de Joel batem com reações durante os jogos e até em entrevistas após alguns tropeços vascaínos. No jogo contra o Vila Nova, em São Januário, na última terça-feira, os atletas correm em direção ao auxiliar Marcelo Salles e deixam Joel comemorando sozinho (confira no vídeo acima). Contra o Paraná, outra cena que chamou a atenção foi a tímida comemoração de Maxi Rodriguez, que recebeu cruzamento de Douglas e mal festejou o empate no último minuto. As críticas de Kleber às constantes mudanças táticas de Joel também pegaram mal internamente.
Joel, que se deu nota oito pela missão cumprida e revelou mágoa com "falta de respeito pelo seu currículo", disse que há três grupos dentro de um só no Vasco.
- (O Vasco) É um clube difícil. Tem vários setores, o grupo mais antigo, grupo que a gente chama dos estrangeiros, que tem argentino, paraguaio, uruguaio, tem colombiano... são profissionais, tenho nada do que reclamar deles. E tem o dos garotos, que eu protejo - disse Joel a Fox Sports.
O treinador de 64 anos disse que "teve que conviver com algumas coisas que não engoli", fazendo referência a atrasos de atletas - Kleber e Carlos César foram alguns dos atletas que chegaram fora do horário em treinos - direta à exposição dos vídeos de preleção, que foram compartilhados por jogadores nas redes sociais até chegar à imprensa e aos torcedores. Ao contrário do que disse à época, quando contemporizou o fato, Joel mostrou mágoa e ainda revelou que vai falar pessoalmente com o autor do vídeo.
- Não digo que me senti traído, mas achei covardia, porque ele não tinha necessidade de fazer coisa como essa, mas que eu vou falar com ele, eu vou. Sei quem é.
É batom na cueca, não tem jeito - disse o treinador do Vasco, que não quis criar expectativa para o futuro
- Meu futuro a Deus pertence. Agora quero só água de coco, champagne e festa.