Futebol

Jogadores de nomes exóticos especializam-se em marcar contra equipes carioca

O telefone toca. Do outro lado da linha, o rubro-negro diz ao amigo botafoguense que o Walter mandou um abraço. O alvinegro pergunta de quem se trata e tem como resposta a gozação.
- O Walter, o Minhoca, do Ipatinga, que fez um gol em vocês nos 3 a 0...

A brincadeira usando jogadores de nome folclórico que se tornaram carrascos dos grandes clubes do Rio tem feito a diversão dos torcedores em meio à incompetência do futebol carioca.

Outro dia mesmo, o rubro-negro gozador foi a vítima. Afinal, viu o Flamengo, em pleno Maracanã, levar gol de Cascata. Menos mal que o ASA começou ganhando mas o susto foi de mentirinha. Perdeu, de virada, de 2 a 1. Mas o jovem Cascata contará um dia para filhos e netos que marcou um gol no clube mais popular do Brasil no estádio outrora maior do mundo.

Pior que os vascaínos nem podem brincar muito. A mesma Copa do Brasil dos Cascatas e Minhocas já produziu também o Brinquedo. Isso foi em 1998, o time do Vasco era aquele que se sagrou campeão da Libertadores, por isso ninguém se esquece. Com 1,60m, Brinquedo virou celebridade ao marcar o gol de empate quando seu time, o Picos, recebeu os cruzmaltinos na primeira partida, na cidade de mesmo nome, no interior do Piauí. No Rio, o Picos perdeu de 8 a 0, mas Brinquedo viveu dia de status e chegou a ser cobiçado para fazer testes em São Januário.

Cascatas, Brinquedos e Minhocas viraram infernos dos goleiros. E nem as luvas quiseram Pelica. Sim, o ex-atacante do Americano tirou do Vasco o sonho da conquista da Taça Guanabara de 1993 ao marcar o gol da vitória de 1 a 0, a três rodadas do fim.

Para o torcedor tricolor que acha ter ficado imune, má notícia. Caiu para a Segunda Divisão de Táxi. Sim, o atacante do Goiás marcou um dos gols no empate de 2 a 2 que rebaixou o Fluminense em 1997. A partida foi no Serra Dourada.

Mas o recordista dos micos é o Flamengo. No Brasileiro de 2004, tomou gol de Balão no empate com o Paysandu de 2 a 2. Nada se compara, no entanto, a uma das maiores zebras da história, de longa data. O ano era 1980. O Flamengo que conquistaria ano seguinte o Mundial Interclubes, de Zico, Júnior & Cia., precisava derrotar o Serrano em Petrópolis para continuar na luta pelo título carioca.

Ninguém poderia imaginar que um certo Anapolina, atacante desconhecido, faria o gol que eliminaria o melhor time brasileiro da época. Pior que o jogador encerrou a carreira pouco depois, de desgosto - era torcedor do Flamengo.

Oito anos depois, o clube perdeu o título carioca na decisão para o maior rival, o Vasco, levando gol de Cocada, um lateral-direito que já atuara na Gávea. Detalhe que Cocada entrou aos 43 minutos, fez o gol aos 44 e foi expulso aos 45. E no dia seguinte, fez muito torcedor rubro-negro ser presenteados com o doce pelos vascaínos.

A vingança não tardou. Foi no ano seguinte, em partida pelo Campeonato Brasileiro, que não valia título. Mas era o primeiro jogo de Bebeto enfrentando o Flamengo, ex-clube de onde saiu rompido para atuar no rival. Pois bem. O Flamengo lançou o garoto dos juniores de nome Bujica. E foi ele o dono da festa. Marcou os gols da vitória de 2 a 0. Bebeto jogou mal e ainda foi expulso, para deleite da torcida, que o elegeu o novo carrasco.

No fim das contas, o Vasco foi campeão, mas a história, como outras folclóricas até mais antigas, dá o molho nas mesas de bar indispensável para manter acesa a paixão pelo futebol, apesar da má fase dos clubes cariocas.

Fonte: JB Online
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