O nervosismo que marcou a decisão da Copa do Brasil no Couto Pereira ficou claro em Diego Souza e Felipe. Ambos foram substituídos aos 35 minutos do segundo tempo e optaram por se abaixar no vão do banco de reservas, cobertos com os casacos, sem assistir ao fim da derrota por 3 a 2. O apito final e o título veio com respiração de alívio.
\"Foi um jogo difícil. A gente em campo procura manter a postura e o controle. Não queria mais ver porque fico sofrendo horrores. Quando estava com 48 minutos, perguntei ao Felipe o que estava acontecendo, ele me disse que era um lateral nosso e o juiz já poderia acabar. Aí levantei\", admitiu Diego Souza.
O meia ficou até de costas para o gramado, consultando-se com Felipe, que estava à sua frente olhando só alguns momentos do jogo por uma fresta no capuz da blusa. Mas Diego Souza não parava de falar sozinho. \"Estava pedindo a Deus para que o jogo acabasse logo e a gente pudesse gritar Âé campeão\"\", lembrou.
Até quem estava dentro de campo não escondia a apreensão da decisão enquanto os colegas de fora gritavam \"Acabou!\". \"Foi um jogo muito nervoso. Nunca tinha passado por isso\", respirou fundo Eder Luis, com tensão acompanhada pelo presidente do clube, Roberto Dinamite.
\"Nunca comemorei tanto. Essa conquista é fruto de trabalho, dedicação, suor... Todo mundo buscou o título com determinação. Parabéns ao Coritiba e à sua torcida, mas o Vasco é o campeão\", afirmou Dinamite, considerado o maior ídolo da história cruz-maltina, até deixando escapar alguns palavrões.
O capitão Fernando Prass, responsável por fazer cera durante muitos momentos no jogo, admitiu não sentir certeza do título em nenhum momento da partida dessa quarta-feira. \"A gente tinha muita confiança, mas sem menosprezar o adversário. Havia um time grande do outro lado, como eles provaram\", considerou o goleiro. \"Foi uma partida muito brigada, leal, digna de uma grande final\", reforçou Ricardo Gomes.