A primeira rodada do Campeonato Carioca foi de mais dinheiro desembolsado do que arrecadado para Fluminense, Botafogo e Vasco. Já o Flamengo, que teve uma bilheteria acima de R$ 1 milhão em sua vitória sobre o Bangu, domingo, no Maracanã, acabou levando apenas R$ 13 mil de lucro.
As taxas elevadas de custeio e operação do Maracanã reduziram a margem de lucro do rubro-negro e aprofundaram o saldo vermelho do Fluminense, isolado como resultado mais negativo da rodada carioca. O tricolor saiu com prejuízo de R$ 289.986,84 nas bilheterias, de acordo com o borderô da partida de sábado, contra o Volta Redonda , disponibilizado no site da Federação do Rio (Ferj).
Já o Flamengo, embora tenha conseguido receita de R$ 1,067 milhão com mais de 43 mil torcedores pagantes no Maracanã , viu as despesas da partida também ultrapassarem a casa do milhão. No fim das contas, o rubro-negro acumulou R$ 19,8 mil, correspondente a 60% da bilheteria - os outros 40%, por força do regulamento, ficam com o Bangu.
O Flamengo ainda desembolsou R$ 6,2 mil em exames antidoping, ficando portanto com pouco mais de R$ 13 mil no balanço final.
Operação e 'taxa Ferj' dominam gastos
No caso do Flamengo, as despesas operacionais, aluguel do estádio e contas de consumo totalizaram, segundo o borderô, cerca de R$ 680 mil, o equivalente a mais de 60% da receita arrecadada com venda de ingressos. O regulamento do Carioca também prevê o pagamento da "taxa Ferj", no valor de quase 10% do valor arrecadado com bilheterias.
O Fluminense, por sua vez, arrecadou R$ 156,4 mil com 6.192 torcedores pagantes no empate com o Volta Redonda. Os gastos com despesas operacionais, aluguel do estádio e despesa do mandante, no caso tricolor, chegaram a R$ 313 mil, mais que o dobro da receita de bilheteria. Além desses gastos, o Fluminense ainda teve de arcar com a "taxa Ferj" e com custos gerais, incluindo catracas, grades e iluminação, que elevaram a despesa final para R$ 446.402,84.
No fim das contas o tricolor assumiu sozinho um prejuízo de quase R$ 290 mil no Maracanã.
Vasco e Botafogo assumem prejuízos distintos
Como o regulamento do Carioca prevê que os grandes assumam parte dos custos mesmo quando jogam como visitantes dos pequenos, Vasco e Botafogo também tiveram que arcar com parte dos déficits de seus jogos na primeira rodada da Taça Guanabara.
O Vasco, que venceu o Madureira em Conselheiro Galvão, assumiu 40% do resultado negativo de R$ 64.260,72 da partida. Assim, o time de São Januário saiu com R$ 25,7 mil de prejuízo.
Derrotado pela Cabofriense , o Botafogo teve de assumir 60% do prejuízo da partida, disputada no estádio Claudio Moacyr, em Macaé - que foi interditado pelo município nesta segunda-feira . O alvnegro ficou com R$ 29,1 mil de prejuízo.
A Ferj, no entanto, calcula o resultado financeiro de modo distinto: a entidade soma a cota de TV correspondente à partida ao resultado final da bilheteria. Por esse motivo, a Ferj considera que todos os jogos foram lucrativos.
Boavista tem o maior lucro
Considerando apenas os resultados de bilheteria, não foi só o jogo do Flamengo que deu lucro. O duelo entre Portuguesa e Americano, no estádio de Moça Bonita, deu R$ 4.299,00 de lucro ao time da Ilha do Governador, com 890 pagantes, segundo o borderô.
Em Boavista x Resende, o time de Saquarema angariou o maior lucro da primeira rodada da Taça Guanabara: saldo positivo de R$ 35.225,60 no estádio Elcyr Resende. A partida teve 2.938 pagantes.
A explicação para o lucro dos pequenos é o abatimento de alguns gastos do borderô, como a "taxa Ferj", que não é cobrada em jogos que não envolvem grandes.