O Vasco esclareceu pontos do acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, realizado na última segunda-feira. Na negociação, o clube conseguiu um desconto de 48%, diminuindo a dívida fiscal de R$ 346 milhões para R$ 219 milhões. Esse montante será pago separadamente, R$ 153 milhões em um prazo de 10 anos, e o restante em cinco anos. O presidente Jorge Salgado celebrou o acordo, destacando que é o acerto precisa ser comemorado por todo vascaíno.
“Hoje é um dia feliz para nós, vascaínos. Demos um passo importante para acertar as contas do Vasco. A negociação durou mais de cinco meses e vai melhorar a nossa imagem como clube. É muito vantatojo porque reduzimos dívidas e evitamos bloqueios. Pegamos o clube com mais de R$ 800 milhões em dívidas e vamos chegar no fim do ano com pouco mais de R$ 600 milhões. Uma redução de R$ 200 milhões”, disse.
O presidente afirmou que a redução de dívidas terá impacto nas receitas do futebol a partir do ano que vem, já que aumentará o fluxo de caixa do Vasco.
“Essa redução de dívida ela pode trazer benefício para o clube no ano que vem. Não é uma injeção no caixa do clube, mas vai nos permitir ter um fluxo de caixa melhor. Consequentemente, poderemos colocar mais recursos no futebol, a medida que pagaremos menos em dívidas. Essa é a importância disso. Vai refletir no futebol”, afirmou.
O acordo tem condições de ser cumprido mesmo com o Vasco permanecendo na Série B. Jorge Salgado afirmou que a negociação abrangeu os dois cenários, mas apesar de seguir acreditando no acesso, o presidente revelou que as premissas acordadas estão voltadas para a permanência na atual divisão.
“Eu acho que a gente tem ainda chance de subir para a primeira divisão. Não jogamos a toalha. Estamos construindo dois cenários, obviamente mais voltados para a Série B. Ano que vem, mesmo na Série B, temos a possibilidade de aumentar as receitas, tanto no ponto de vista de captação, quanto no ponto de vista de venda de jogador. Então estamos respaldados para o ano que vem”, afirmou Salgado, que completou.
“A nossa camisa começou o ano valendo 12 milhões e vai terminar valendo 24 milhões. Estou otimista sobre o futuro do Vasco. Eu prometi que vou entregar o Vasco mais amigável, com poucas dívidas. Ano que vem o Vasco vai ter um nível de receita que vai suportar o time na Série B”.
Além do presidente Jorge Salgado, estiveream presentes na coletiva o 2º VP geral, Roberto Duque Estrada e o VP financeiro, Adriano Mendes, que também esclareceram dúvidas sobre as contas do Vasco.
Pagamento e contrapartida
Sem falar em números, o VP financeiro Adriano Mendes explicou que o pagamento das dívidas fiscais vai depender do fluxo de caixa do Vasco levando em consideração os próximos 10 anos. Em 2021, ficou fixado um valor de R$ 100 mil por mês, já no ano quem, está acordado que o clube quite R$ 8 milhões.
“O fluxo de caixa foi definido em relação aos próximos 10 anos. Ele tem dois lados, previdenciário, que vence em 5 anos, e o não previdenciário, que vence em 10 anos. Com um fluxo de caixa maior, terá alguns gatilhos de aceleradores de pagamento, dependendo das receitas que o clube gerar”.
Adriano Mendes revelou que o Vasco pode perder o desconto em caso de inadimplência.
“Não é um acordo que você obtém de hoje para amanhã. Quando chegamos lá, não tivemos uma receptividade positiva. Os 50% contam uma história de 1 ano. Nesse desenho final, a principal contrapartida é o Vasco perder o desconto em caso de não pagar. Tem algumas garantias, mas nada de outro mundo”.
Roberto Duque Estrada foi além, e deu detalhes sobre a quebra do acordo, mas garantiu que não há possibilidade disso acontecer, pois o Vasco vai pagar o combinado.
“As garantias são de praxe, se houver um atraso de 3 parcelas ou 6 alternadas, existe um cancelamento do acordo, mas isso foi bem pensado pelo Vasco e não vai acontecer”.
O 2º VP geral explicou também como o Vasco chegou a esse dívida fiscal e revelou que a partir desse acordo, o clube vai poder retirar as Certidões Negativas de Débitos (CNDs).
“Vasco recolhe tributos sobre as remunerações que eles pagam para terceiros. Imposto de renda e FGTS. A dívida virou esse número enorme e criava dificuldades na obtenção de certidões negativas. Será paga de uma forma escalonada, sem bloqueios ao clube e, de quebra, ainda obtiveremos as Certidão Negativas de Débitos. Além de um baita desconto”.