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Jorge Salgado sofreu pressão nos bastidores para demitir Maurício Souza

A pressão em Maurício Souza se tornou insustentável após a derrota para o Vila Nova e culminou na demissão do treinador neste domingo. A decisão foi tomada em conjunto pelo presidente Jorge Salgado e pelo gerente de futebol Carlos Brazil em reunião com o técnico, no CT Moacyr Barbosa, após a volta da delegação ao Rio - ele não teve contato com o elenco, que se reapresenta nesta segunda.

O entendimento no clube é o de que o departamento de futebol corrigiu uma decisão equivocada ao ter contratado Maurício há exatos 42 dias. Se as características diferentes entre treinador e elenco ficaram acentuadas nas últimas rodadas da Série B, o futuro é incerto. O Vasco planeja ter o interino Emílio Faro comandando a equipe nos dois próximos jogos e terá ajuda da 777 na escolha do substituto.

Apesar de Jorge Salgado ser resistente à troca de treinadores, o presidente sofreu pressão de aliados pela demissão de Maurício. Ele entendeu que o clima poderia piorar ainda mais na próxima quinta-feira, em São Januário, no jogo contra o CRB. Sem o apoio da torcida, que “tem jogado contra”, como definiu um dirigente, com os protestos nas últimas rodadas, o Vasco não conseguiria reverter o atual momento.

O Vasco, sob o comando de Maurício, conquistou apenas cinco pontos dos 18 disputados. É o atual terceiro da Série B, com 35 pontos - dez a menos do que o líder Cruzeiro, seis na frente do Londrina, o quinto colocado.

A demissão não teve o dedo da 777 Partners, empresa que está prestes a comprar a SAF vascaína. Ela, contudo, opinará na escolha do substituto. A palavra final é do clube, mas o grupo americano tem opinado no departamento até que o processo seja concluído. Tanto que não foi favorável ao nome na época da contratação.

Na verdade, a diretoria do Vasco foi unânime contra a vinda de Maurício, mas Salgado bancou a decisão de Carlos Brazil, que fica fragilizado após a campanha ruim do treinador. Foram três vitórias, três derrotas e dois empates na Série B.

A leitura é que Maurício Souza também perdeu o comando do grupo. A decisão de vetar Yuri Lara no último sábado e escalar o time com Zé Gabriel, que não era titular desde o Carioca, enfraqueceu o comandante. Os jogadores já não estavam alinhados com o modelo de trabalho de Maurício.

Ainda não há negociação em andamento para repor o comando técnico da equipe. Acredita-se que o auxiliar técnico Emílio Faro será mantido pelo menos nos próximos dois jogos enquanto a diretoria busca a melhor solução.

Não é descartado a permanência de Faro até que a 777 assuma de fato a SAF, mas a tendência no momento é que as partes busquem outro treinador. Após a saída de Zé Ricardo, a empresa tinha como favorito para assumir o cargo o técnico André Jardine, que atualmente está no México.

Pessoas ouvidas pela reportagem dão como improvável o Vasco ter alguma novidade à beira do campo já para quinta-feira. Depois dos próximos dois jogos, contra CRB e Chapecoense, o time terá uma janela de 10 dias até o próximo compromisso, diante da Ponte Preta. É possível que o clube use esse tempo para realizar mudanças.

 

Foto: Marcelo Baltar/geMaurício Souza e Carlos Brazil
Maurício Souza e Carlos Brazil

Fonte: ge
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