Pressão para voltar à Série A
Eu durmo rápido, mas acordo muito de madrugada, nesse período intensificou. Porque eu não pensava em outra coisa a não ser isso. Sabendo daquilo que sabíamos, do time que tínhamos, o que alcançamos, não podíamos estar numa situação como aquela. Precisávamos voltar a jogar daquela forma, sabendo que a coisa estava desgastada, com os jogadores doidos pra entrar de férias. Tentava me desligar, não pensar em nada. O pior era durante o dia, o tempo todo só pensando nisso, em conquistar a pontuação necessária para a gente sair dessa situação.
Descoberta de Douglas
Eu pedi para fazer alguns treinamentos com os juniores e vi o Douglas trabalhando. Até então ninguém tinha me falado do Douglas. Tinha visto alguns jogos dele, inclusive ele nem jogou em alguns, e quando vi o Douglas jogando, falei: “Esse é o jogador que a gente está precisando”. Para jogar pelo lado direito. É um jogador que vai dar muito pelo Vasco, tem muito potencial, qualidade técnica muito grande, é forte. Tenho certeza que o Douglas vai ser em breve uma contratação para a Europa.
Desempenho dos outros jovens
Não é fácil. É uma pressão muito grande para esses jogadores. O Evander você vê que é diferenciado, tem chute potente de fora da área, mas falta intensidade no jogo. Ele não jogou na posição dele, que é a do Nenê. O Andrey seria jogador para jogar pelo lado direito, mas ainda precisa de um tempo. Seria uma irresponsabilidade minha botar toda a responsabilidade nas costas destes jogadores, eles saíram do sub-17 direto para o profissional. Quando o cara dá resposta, como o Douglas, tudo bem, mas se não dá, tem que saber lidar. Eles tinham que maturar um pouco mais, ganhar experiência, ir e voltar. O Evander tem vida diferente dos outros, o pai é empresário, tem condição melhor. Tem que focar ele bem. Os outros estão em busca do prato de comida. O Evander é diferente. Você vê que é o grande nome, mas tem que entender que tem que ser muito profissional, trabalhar forte, não achar que é craque.