Jorginho estava no fim do almoço. Cortava o último pedaço de bife à milanesa quando ouviu a pergunta que intuía que receberia. Diminuiu o ritmo da mastigação, respirou fundo – “Essa resposta é importante”, admitiu – e, em alguns segundos, tomou a decisão: não verbalizaria a visível decepção com o zagueiro Rodrigo, seu capitão no Vasco.
- Eu sou um tipo de treinador que sempre dou meu melhor para todos os atletas. Acredito em todos os atletas e procuro sempre ouvir e fazer o melhor para todos os atletas. Mas eu vou ser sincero: eu prefiro não falar nada a respeito desse atleta. Eu prefiro me calar – respondeu.
No momento em que o Vasco começou a cair de rendimento em 2016, algumas fraturas internas no futebol cruz-maltino foram expostas. Um desentendimento do treinador com Rodrigo num treino veio à tona, por exemplo. Mesmo sem resposta à pergunta da reportagem, era possível ver em Jorginho o incômodo com a situação que viveu no clube, não limitada apenas ao capitão cruz-maltino.
Nesta entrevista, de quase uma hora, o treinador mostrou sua gratidão ao presidente Eurico Miranda, explicou algumas de suas escolhas no Vasco, revelou a ideia de trabalhar na Alemanha em 2017 e, como todo brasileiro, se emocionou ao lembrar dos amigos mortos no acidente aéreo da Chapecoense.
Rodrigo
Eu sou um tipo de treinador que sempre dou meu melhor para todos os atletas. Acredito em todos os atletas e procuro sempre ouvir e fazer o melhor para todos os atletas. Mas eu vou ser sincero: eu prefiro não falar nada a respeito desse atleta. Eu prefiro me calar.
Por quê?
Prefiro me calar.
Teve muito problema?
Prefiro me calar.