Acreditar no improvável não é novidade na vida de Jorginho. Quando aceitou o desafio de treinar o Vasco para tentar evitar o rebaixamento, ele sabia que teria de mudar a atmosfera do clube e, com apenas 19 rodadas, fazer uma campanha de campeão. De onde vem tanta determinação? O comandante usa sua vida como exemplo de que nada é impossível e tenta contagiar seus jogadores, neste sábado, às 18h30, contra o Goiás, no Serra Dourada.
Com 90% de chances de cair, o Vasco começa uma complicada missão. Será preciso somar 34 pontos (dez vitórias e quatro empates, nas contas dos matemáticos) e muito empenho até o fim do Brasileiro. Motivado, Jorginho tem "vendido" seu otimismo ao grupo. Com direito a desabafo, ele mudou o astral na Colina. Nascido e criado em Guadalupe, subúrbio do Rio, ele lembrou das dificuldades que teve na infância e o que precisou fazer para superá-las e vencer na vida.
“Você pode fazer duas coisas quando a dificuldade aparece: falar que é difícil e parar ou ter coragem de superá-la. Lembro da minha realidade dentro de casa. Tive um irmão viciado em drogas e outro em álcool. Não via perspectivas para mim morando em Guadalupe, perto do complexo do Muquiço. O pouco que via na frente de casa era a Comlurb. Queria algo a mais para mim e dei mais. Tentei passar a mesma coisa para os jogadores. Ainda dá”, disse Jorginho.
O primeiro passo está claro. Passada a metade do Brasileiro, o Vasco busca sua primeira vitória fora de casa. E, a princípio, nada de cautela. O pedido é que a equipe tenha postura ofensiva para começar o returno com o pé direito. Após a vitória sobre o Flamengo, no meio de semana, pela Copa do Brasil, apoio dos torcedores é o que não falta.
“É importante essa manifestação positiva do torcedor em um momento tão complicado. Mas temos de ir um passo por vez para sairmos dessa situação. Não vamos construir nada se não pensarmos primeiramente no Goiás”, avisou.