Por Paulo Cesar Vasconcellos
Olá,
A hora é de comemoração para Vasco e Chapecoense. Depois de sepultarem com razoável antecedência qualquer possibilidade de rebaixamento, terminam o Campeonato Brasileiro na fase classificatória da Libertadores. A Chapecoense, pelo segundo ano consecutivo e com um história que mostra o quanto o futebol está cada vez mais distante de ser uma ciência exata. Teve três técnicos, saiu da Libertadores por falha na burocracia e tem um elenco sem nenhum jogador para ser o escolhido de primeira no par ou ímpar. O Vasco também foi dirigido por três profissionais com perfis completamente diferentes, apostou em que não deu resposta por questões físicas, e a situação política ferve mais do que água para fazer o café de todas as manhãs.
Que não achem que o feito neste ano é o melhor caminho e entendam que a temporada de 2018 será muito mais desgastante do que foi a atual. Logo no fim de janeiro, com duas semanas no máximo de preparação, a vida começa para valer com os jogos eliminatórios da Libertadores. Com os elencos que terminam esta temporada, Vasco e Chapecoense sabem que não será possível compatibilizar bons desempenhos aqui e ali. Desde agora, o planejamento precisa ser muito bem elaborado, e não vale a pena ficar com o dedo preso na tecla da falta de dinheiro. Bolso cheio é privilégio de poucos. É preciso olhar o mercado daqui e dos outros países para se reforçar. E também saber quem tem ambição e quem não tem. Formação de elenco dos times brasileiros ainda não me parece ser objeto de estudo da maioria dos clubes. Muitos são reféns do que o empresário oferece. E aí mora o perigo. Contratam sem um critério definido e depois se surpreendem quando a resposta não vem. Este é o maior desafio para os gestores de clubes.
Nordeste
O nome é Campeonato Brasileiro. Então nada melhor do que saber que a próxima edição terá quatro representantes dessa região habitada por torcedores apaixonados. Com a permanência do Sport e do Vitória, garantidas na última rodada, do Bahia, um dos melhores casos de ressurreição dentro do CB, e o desembarque do Ceará, a competição fica mais nacional. Ganha mais ares de Brasil. As lições de como se deve trabalhar estão nas melhores casas do ramo. Uma delas é de que não se deve apenas pensar em jogadores de nome e carreira. Muitas vezes, a resposta desses é lenta e, nem sempre, aparecem.
Botafogo
Entre os acertos na época em que presidiu o Corinthians, Andres Sanches não se deixou levar pela pressão dos apaixonados e manteve Tite após uma precoce eliminação na Libertadores. Um ano depois, o Corinthians comemorava o título na mesma competição e depois o Mundial. Esse é o desafio da nova diretoria do Botafogo. Se tem a convicção de que o trabalho de Jair Ventura é bom - e ele o é -, deve mantê-lo e tentar entender o que levou à vertiginosa queda. Alguns pontos são visíveis: elenco reduzido é uma delas. Mas não deve morrer com essa ideia. Olhem o elenco do Grêmio, atual campeão da Libertadores. Foram várias as perdas. Mesmo assim, o Grêmio não deixou a cuia do chimarrão cair. Respira-se lá um ambiente de otimismo e confiança. Nada a ver com presunção. Está aí um ponto que precisa ser mais bem trabalhado no Botafogo. Transformar o ambiente _ do porteiro ao presidente _ e entender que a frustração de hoje pode ser a comemoração de amanhã. Mas para isso há que ter convicção e pensar grande. Começa pela permanência do Jair Ventura.