Sá Pinto foi bom centroavante do Sporting e da Real Sociedad e foi a maior exigência de Luis Figo para que aceitasse trocar o Barcelona pelo Real Madrid em 2000. O episódio é contado no livro "Nacidos para Encordiarse", a história do clássico espanhol. Figo aceitou a oferta de Florentino Pérez depois de muita insistência e disse que só iria ao Bernabéu se o Real também contratasse seu compatriota, Sá Pinto.
A contratação jamais se concretizou.
Como treinador, Sá Pinto teve passagens curtas e de insucesso pelo Sporting, em 2012, e pelo Belenenses, em 2015. Neste último caso, retornava de uma experiência na Grécia pelo OFI Creta, assumiu o clube recém-classificado em sexto lugar no Campeonato Português e foi demitido cinco meses depois na 13a colocação.
Seu grande sucesso como treinador foi o título da Copa da Bélgica, em 2018, pelo Standard de Liège. Também a classificação do Sporting para as semifinais da Liga Europa de 2012, depois de eliminar o Manchester City, nas oitavas. Aquele City, de Roberto Mancini como treinador, seria campeão inglês depois de 43 anos.
O vice-presidente de futebol, José Luis Moreira, diz que o Vasco tem em Sá Pinto uma opção, porque foi difícil negociar com bons treinadores no Brasil. Em outras palavras, o Vasco demitiu Ramon Menezes e recebeu respostas negativas de Dorival Júnior e Felipão. Ainda pode receber negativa de sá Pinto. Há outros treinadores portugueses na mira.
As eleições são um problema. Qualquer treinador já sabe que, para permanecer, tem de ter sucesso com um time modesto e agradar ao atual presidente ou ao próximo.
Sá Pinto voltou da Grécia e desembarcou em Lisboa no final da manhã desta terça-feira. Negociava com o Panathinaikos, mas não aceitou algumas das exigências do clube grego. O Vasco pode ter sucesso como treinador português, mas precisa saber que não há milagre dirigindo times modestos. Também é necessário olhar o currículo e entender uma coisa: a única semelhança de Sá Pinto com Jorge Jesus é a nacionalidade.