O time do Vasco que a dupla Jorginho e Zinho vem trabalhando desde agosto do ano passado não é dos mais bonitos de se ver jogar.
Falta velocidade, as jogadas não fluem verticalmente e a posse da bola é mantida com toques horizontais, por vezes irritantes.
Mas não há hoje em atividade no futebol brasileiro uma equipe tão segura de si, e por isso autoconfiante, como esse Vasco bicampeão estadual do Rio de Janeiro _ o sexto invicto, um a mais que o Flamengo, o segundo maior.
PERFORMANCE.
Moldado no desespero da luta contra o rebaixamento no Brasileiro de 2015, o Vasco completou neste 1 a 1 com o Botafogo que lhe valeu o título a expressiva marca de 25 jogos sem derrota, invencibilidade que mantêm desde novembro passado.
Vejam bem, não é pouca coisa, mas prefiro, para ilustrar o racicínio, dizer que houve apenas uma derrota em 35 jogos, duas nos últimos 37 jogos, se incluídos Brasileiro e Copa do Brasil passados, Estadual e Copa do Brasil deste ano.
E por que prefiro assim?
Porque desta forma não passam em branco os últimos quinze jogos daquele Brasileiro.
Porque o Vasco perdeu para o Fluminense no dia 1 de novembro mas foi uma única derrota numa série de confrontos contra onze campeões brasileiros.
Isso desfaz um pouco a impressão de que a invencibilidade deste grupo de jogadores é consequência do baixo padrão dos adversários do Estadual.
O que também não é verdade: dos 18 jogos do Carioca, oito foram clássicos.
E destes o time de Jorginho venceu cinco, fazendo nove gols e sofrendo apenas três.
FINAL.
É portanto um grupo que está muito bem trabalhado, jogando praticamente no seu limite.
Tem deficiências na cabeça-de-área, carece de um artilheiro e sente falta de um jogador que atue em velocidade.
Por isso teve sérios problemas para superar o jovem time do Botafogo que amadurece a cada jogo nas mãos de Ricardo Gomes.
Faltou pouco para o excesso de confiança se transformar em soberba.
E faltou pouco para os alvinegros regressarem à Série A do Brasileiro com a faixa de campeão do estado.
Mas o que importa por ora é ver que o Vasco reestabeleceu a conexão com seus torcedores, alimentando o sonho de chegar à Libertadores de 2017 através da conquista da Copa do Brasil.
Porque o sentimento não pode parar...