Acertar o sistema defensivo do Vasco não tem sido tarefa das mais fáceis para o técnico Zé Ricardo em 2018.
O desmonte do setor na virada do ano, obra articulada pela dupla Eurico Miranda e Carlos Leite, foi um golpe do qual o treinador não conseguiu se recuperar.
Ora pela deficiência técnica do que restou, ora pelo excessivo número de jogos que impede a regularidade.
No Estadual, por exemplo, o time chegou a sofrer 23 gols em 15 jogos _ média de 1,53.
O Flamengo sofreu oito, e o Fluminense onze _ só para citar os mais eficientes.
O Vasco foi à final porque seu ataque fez 28 gols _ média de 1,86 por jogo, a melhor da competição.
APÓS o 0 a 0 com o Flamengo, há dez dias, Zé Ricardo dizia num canto do vestiário do Maracanã que estava contente.
E não apenas com o retorno de Breno (expulso no finalzinho daquela partida), mas com a adaptação de Bruno Silva ao lado de Desábato na proteção à zaga.
Não à toa, o time foi ao Chile três dias depois, bateu a LaU e garantiu a vaga na Sul-Americana.
E na derrota de 3 a 0 para o Bahia, dividia as ações até a saída do mesmo Bruno Silva.
Zé foi mal ao escolher Giovani Augusto como substituto e a parede ruiu por completo com a expulsão do volante argentino.
Problema que o aflige para o jogo desta terça-feira, contra o Paraná, em casa.
O TIME que jogou em Salvador com dez desfalques aparece agora em São Januário sem 12 jogadores de seu pobre elenco.
Pior: com a dupla de volantes do sub 20 de 2017 (Andey e Bruno Consendey) fazendo a primeira aparição em 2018.
Um desafio e tanto para o treinador seja ele quem for.
Menos mal para o Vasco que, apesar dos 50 gols sofridos em 32 jogos (média de 1,56), o time tem 50% de aproveitamento dos pontos disputados este ano.
Isso indica que há espaço para crescimento mesmo com toda limitação.
A volta de Breno, o reaparecimento de Andrés Rios, e a presença de Giovani Augusto em sua real posição podem requilibrar a balança.
O QUE não pode é o torcedor vascaíno enxergar em Zé Ricardo o culpado pelos altos e baixos do time.
Porque a maior parte dos erros aos quais ele é induzido a cometer vem dessa precariedade que o executivo Paulo Pelaipe não consegue resolver.
E talvez esteja neste ponto o grande problema do Vasco.
O departamento mais importante do clube ainda não encontrou quem o administre com competência...