Enquanto o Vasco não contrata um novo técnico, uma análise dos últimos anos do time na Série A ajuda a entender o que o clube pode ter em mente na reestruturação do futebol para salvar 2020. Primeiro, são três fatores que determinam os resultados: elenco, técnico e ambiente. +
Em 2015, o ambiente era positivo: salários em dia graças às antecipações de receita e clube dominado politicamente - oposição estava desarticulada e a situação tinha maioria também no CD e no CF. O único porém, pequeno, era a disputa entre José Luiz Moreira e Euriquinho. +
Em compensação, o elenco era muito fraco. Baixíssimo aproveitamento da base e grupo formado por veteranos em baixa. A contratação de Celso Roth no meio do Brasileiro foi o tiro de misericórdia. Resultado: o bom ambiente não sustentou o cenário e o time caiu para a Série B. +
Ano de Série B não conta. Vamos para 2017. O ambiente é razoavelmente controlado - salários em dia até o segundo semestre, oposição política mais forte, mas fora do clube. O elenco é razoável, com jovens emergindo e boas contratações. Nessas condições, Zé Ricardo acerta o time.+
Em 2018, tudo piora em relação ao ano anterior. O ambiente cai - atual gestão não tem um segundo de paz política e salários oscilam. Elenco é enfraquecido com desmanche e se reforça mal, com exceção de Castan e Máxi. Valentim faz trabalho ruim neste cenário e pena para não cair.+
Chega 2019 e um problema piora: o do ambiente, com mais guerra política e mais salários atrasados. Outro se mantém estável - elenco tem praticamente o mesmo nível do anterior. O que muda é o técnico. Luxemburgo é um acerto enorme e leva o time no Brasileirão sem sustos.+
O que fazer em 2020? Se amenizar a política é impossível, acertar os salários é fundamental para o ambiente. Talvez fazer isso e reforçar o elenco, sendo austero, seja inconciliável. Se for, é preciso acertar demais no técnico. Alguém que consiga trabalhar nessas condições acima.