Doze grandes clubes do futebol brasileiro (onze da Série A e um da B) têm eleição presidencial marcada para este final de ano.
Mas o Vasco surge, de novo, como um dos cenários mais complexos para este exercício democrático.
Terreno propício a manobras de bastidores, judicialização do processo de escolha e bate-boca durante e ao final da apuração dos votos.
O pleito para o triênio 2021/2023, antes previsto para este sábado (7), foi adiado por sete dias no início da semana.
E, nesta quinta-feira (5), vejam vocês, o presidente da Assembléia Geral, Faués Cherene Jassus, ainda não garantia mais a votação na próxima semana.
Mesmo já tendo ido à Justiça em busca de amparo legal para a votação no sábado (14).
É ou não é um escárnio?
Ora bolas, se o estatuto do clube determina que a eleição deve ser realizada até o final da primeira quinzena de novembro, qual é a dificuldade?
Tem cabimento ainda não ter uma data para a votação?
Tem cabimento, a esta altura do processo, discutir se há segurança tecnológica para uma eleição "on line"?
Não era para tudo isso estar definido com uma antecedência de 60 dias?
Mas, acreditem, o pior ainda está por vir.
Esta semana como dito acima, Faués recorreu à Justiça na calada da noite para deliberar sobre algo que estava sendo discutido pelos candidatos.
Reunião, aliás, cuja ausência o homem encarregado por todo o processo democrático justificou, alegando problemas de saúde.
Uma a senha para novas suspeitas e trocas de acusações veladas.
Inconformados com a postura autoritária do presidente da Assembleia Geral, sócios e torcedores vascaínos invadiram as redes sociais do candidato Júlio Brant.
A maioria para protestar contra o que chama de golpe orquestrado.
Logo Brant, que passou os últimos três anos lamentando pelos corredores do clube e do Fórum do Rio de Janeiro de que fora vítima de um golpe político.
Explica-se: o candidato registra em sua chapa os nomes de quatro parentes do vetusto que deveria primar pela isenção e pelo bom senso.
Resultado: "ex-correligionários" se somaram a simpatizantes de outras correntes para acusá-lo de estar por trás das manobras judiciais.
Ataques aos quais o candidato reagiu muito bem, fechando os comentários em suas redes.
Isso me leva a crer que o Vasco arderá nos próximos dias.
E, parafraseando Ésquilo, dramaturgo da Grécia antiga, só me resta lembrar que "na guerra, a primeira vítima é a verdade".
Que estejam todos atentos...