O Vasco empobreceu, consequência de um clube que tem R$ 830 milhões em dívidas e vai faturar este ano pouco mais de R$ 100 milhões.
Lembrando que cerca de R$ 300 milhões estão no contas a pagar de 2021.
E, assim, sem dinheiro, o Gigante se arrasta com a estrutura de um clube pequeno, tentando ganhar tempo para negociar aportes com investidores.
Esta, portanto, é uma realidade da qual os torcedores não podem se afastar na hora de analisar a campanha do time na Série B.
Mas há medidas que o presidente Jorge Salgado e sua diretoria devem tomar se não quiserem tornar a realidade vascaína ainda mais difícil.
E uma delas é o olhar cuidadoso sobre a estrutura do departamento de futebol.
O clube perdeu recursos humanos e não tem hoje uma comissão técnica à altura de sua demanda.
É urgente a necessidade de um coordenador que possa dar a Marcelo Cabo tranquilidade e entendimento do seu papel no processo de reerguimento do clube.
O treinador tem sido infeliz, da escolha do desenho tático às declarações no final das partidas – passando, é claro, pelo destempero à beira do campo.
O executivo Alexandre Pássaro, que deveria passar a tranquilidade, é outro que sofre com a pressão e se perde em ofensas aos árbitros.
E o desequilíbrio se reflete em campo.
Como na derrota de 1 a 0 para o Goiás, da expulsão de Bruno Gomes com 5m de jogo ao destempero do jovem MT no apito final.
E isso é fácil de enxergar.
O Vasco não tem uma comissão técnica de bom nível e insisto que isso não significa falar em demissão de treinador.
Mas trazer para o lado de Marcelo Cabo quem entenda de metodologias de trabalho, nuances técnicas, e saiba o que é Vasco.
Hoje, quem decide o rumo no futebol são o presidente Salgado e o executivo Pássaro - com o parecer do agente Carlos Leite, que segue como iminência parda. .
Como o empresário ainda ajuda nas causas urgentes, tem em troca o poder das indicações e dos vetos.
Não é o melhor modelo de gestão (muito pelo contrário), mas é o expediente típico de um clube pobre que tem uma torcida imensa a cobrar por resultados.
Cabe ao presidente definir os limites e não se curvar aos interesses do "parceiro" (sic)...