Há muita boataria, com especulações sem fundamento, em torno do nome do substituto de Abel Braga no comando técnico do Vasco.
Mas agora a coisa deverá andar.
O presidente Alexandre Campello e o virtual vice-presidente de futebol José Luís Moreira começaram a alinhar as ideias para o departamento.
Porque antes mesmo de escolher o nome do treinador a ser procurado, os dois precisavam acertar como será a relação no comando da pasta.
E isso ocorreu na noite desta quarta-feira (19), no primeiro enconto entre ambos visando à costura de uma nova parceria.
Porque Moreira, ex-vice de futebol nas gestões Eurico Miranda, não quer ser nomeado apenas por conveniência financeira.
O vice-presidente no Conselho de Beneméritos aceitava colaborar com a atual administração, mas queria autonomia para gerir o futebol do clube.
Significa rever o número de funcionários do departamento profissional e amador, e rediscutir o gerenciamento para potencializar os recursos.
Em resumo: para ser o novo gestor da pasta mais importante, o grande benemérito pediu independência – e Campello não tinha como rejeitar.
Explico.
Desde que assumiu a presidência de um Vasco envidado e com as receitas antecipadas pelo antecessor, o médico convive com a dificuldade de caixa.
Principalmente no primeiro semestre, quando não tem as cotas da TV.
Em 2018, venceu tais percalços com a venda do atacante Paulinho para o Bayer Leverkusen, em março.
Como não conseguir vender Marrony no final de dezembro de 2018, abriu 2019 com buraco só saneado com o aval bancário do parceiro Carlos Leite.
As penhoras do final de 2019 impactaram o caixa e o clube pisou em 2020 com o déficit de aproximadamente R$ 40 milhões, que hoje o atormenta.
Acontece que o "empresário-parceiro", aquele que emprestava dinheiro a juros abaixo do mercado, optou por não socorrer o clube em ano eleitoral.
E sendo assim não restou outra saída a Campello senão atender ao apelo de outros grandes beneméritos que veem em Moreira a saída mais viável.
O novo colaborador socorria o Vasco nos apuros de Eurico Miranda e tem crédito a ser pago pelo clube em confissão de dívida atestada pela Justiça.
Agora chega com novo plano para saldar salários atrasados de jogadores e funcionários – mas quer acesso aos custos e autonomia na gestão.
De volta ao cargo que ocupou pela última vez em 2015, quando rompeu a parceria com o ex-presidente, José Luís Moreira quer sacudir a poeira.
E a partir daí recuperar a autoestima dos vascaínos... será?