Após abrir o placar em São Januário, Germán Cano, além de fazer sua comemoração de praxe, também fez história ao levantar a bandeira LGBTQIA+.
Após a comemoração, o Árbitro Salim Fende Chavez mostrou ao Cano o cartão amarelo e o justificou dizendo que a conduta que o atacante teve de tirar a bandeira de escanteio e jogá-la ao chão era motivo de advertência.
A homenagem feita pelo cano se dá ao fato de hoje (28) ser celebrado o Dia do Orgulho LGBTQIA+, e ontem (27) foi um dia preparado pelo gigante para dar visibilidade e representatividade aos que se sentem representados por esta sigla. Além do Vasco lançar uma camisa para celebração da data, o clube também fez um manifesto em prol da causa.
Leia abaixo a íntegra do manifesto feito pelo Club de Regatas Vasco da Gama:
“Movimento contra a homofobia e transfobia no esporte brasileiro
O mundo dos esportes não é um espaço que aceite as mudanças com facilidade e leveza. Pudera: o esporte é um reflexo da sociedade que o rodeia e, portanto, reproduz seus estereótipos e práticas, seus valores e preconceitos. Reproduz, enfim, sua inércia.
Mesmo assim, a sociedade muda. E, como reflexo da sociedade em transformação, o futebol também não se mantem imune às suas mudanças. Mas o esporte tem o dever de ir além: o futebol, particularmente, é uma inspiração comum a diversas gerações e deve fazer parte das transformações sociais, rumo a uma sociedade melhor e mais justa.
A homofobia e a transfobia são alguns dos mais graves problemas do nosso tempo e o esporte ainda é, infelizmente, um de seus espaços de mais forte reprodução. O Vasco da Gama assume para si a responsabilidade de se posicionar diante do tema, sem defender aquilo que é cômodo, mas sim aquilo que é correto. O clube será um parceiro daqueles que lutam contra o preconceito relacionado à orientação sexual ou à identidade de gênero de quem quer que seja.
Estamos conscientes de que uma parte das mudanças acontece dentro de nossos próprios muros. Mas estamos dispostos a nos engajar na construção de um Vasco melhor, que reflita o mundo que queremos ver para o futuro próximo: com respeito e dignidade, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero.
Ser parte da mudança – e não do problema – não é simples, já que exige uma mudança de nós mesmos. O Vasco convida clubes, atletas, torcedores, dirigentes, federações e sociedade para um compromisso conjunto de debate acerca da homofobia e da transfobia.
O Vasco de 1923 não aceitou o racismo, naturalizado no século anterior. O Vasco do século XXI se nega a aceitar a homofobia e a transfobia que marcaram o século XX”.