A paixão pelo futebol pediu passagem na formalidade de uma audiência, e não acabou depois da divulgação pelo Jogo Extra da sentença em que o juiz André Nicolitt ironizava os rivais do Flamengo já rebaixados. Ao vestir a camisa de torcedor no momento de bater o martelo, o magistrado não imaginava que o caso teria repercussão maior do que outras decisões polêmicas julgadas por ele, como as que envolveram religião e até liberação de uma casa de prostituição.
Mostra que o brasileiro está preocupado com futebol. Recebi críticas ácidas dos rivais, que não tiveram o fair play da audiência conta. Vou andar com escolta por causa dos vascaínos (risos).
Alvo de brincadeira de amigos e alunos, André Luiz Nicolitt é rubro-negro de coração. Mesmo. Em seu Facebook, há fotos com Bottinelli, Maldonado e Leo Moura. Além de imagens no Engenhão. Entendedor de futebol, na equação razão versus emoção, o juiz descarta, futuramente, sofrer com o veneno que destilou aos rivais em sua sentença \"O Flamengo jamais frenquentou ou frequentará tais submundos\".
O problema é que o Flamengo nunca vai cair aposta, esvaziando o peito quando comenta a atual fase do time, pior do Rio no Campeonato Brasileiro.
Esse ano tem sido difícil. Quando acho que as coisas vão melhorar vem um balde de água fria. Mas risco de rebaixamento não tem mais acredita.
O André que orgulha-se, como rubro-negro, de nunca ter conhecido o rebaixamento, carrega marcas do futebol também. Dos tricolores, lembra do gol de barriga de Renato Gaúcho na decisão história do Estadual de 1995. Dos vascaínos, a goleada de 4 a 1 no Brasileiro de 1997, com direito a rebolada de Edmundo, o Animal. Mas rivalidade e sentença de lado, o juiz pede paz.
É preciso tolerância pede, falando sério.
Consultada, a corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio informou que é \"incomum o coração de torcedor bater forte numa sentença, mas que não qualquer ação a tomar no caso\".