Juninho critica atual slogan do Vasco e opina sobre reação do time

Com apenas 13 pontos em 20 rodadas, o Vasco está na lanterna do Campeonato Brasileiro, nove pontos atrás do Goiás, o 16º colocado, fora da zona de rebaixamento para a Série B. A situação do Cruz-Maltino é complicada e, na opinião do ídolo Juninho Pernambucano, não existe nenhum indício de que o Gigante da Colina vai conseguir escapar da queda.

- Acho que, se o Vasco se recuperar dessa situação que passa, seria uma comemoração de conquista de título. Não precisa ganhar só três jogos porque tem nove atrás do primeiro da zona de rebaixamento. Falta um pouco de respeito com Joinville, Coritiba, Avaí, que ganharam seus jogos e pensam em escapar dessa situação incômoda. Tudo indica que o Vasco não vai se recuperar - disse Juninho, em participação no "Seleção SporTV".

O ex-meia, hoje comentarista, também criticou a frase "Eu escolhi acreditar", para motivar a torcida a apoiar a equipe. Juninho acredita que um "slogan" é pouco para fazer renascer um clube "parado no tempo".

- O ideal é dizer "Eu escolhi trabalhar" e começar a melhorar clube, pensar nos próximos anos. Nenhuma empresa, nenhum grande clube passa por uma situação dessa por acaso. Você colhe os frutos que planta com tempo. Eu conheço o Vasco, cheguei em 1995, saí em 2001. Passei 10 anos fora e, quando eu voltei, parecia que eu tinha passado um mês fora. Para jogar, era gostoso, ambiente, amigos, mas o clube parou no tempo (...) A gestão do Vasco não é a ideal. Sempre revelou muitos jogadores, que davam resposta em campo. Agora, os jogadores revelados saem antes de jogar.

Juninho afirmou "acreditar" não será suficiente para fazer o Vasco voltar a vencer no Brasileirão e lembrou a dificuldade do ataque para fazer gols.

- Tem que passar a verdade para o torcedor. A gente vai sofrer, mas não vai entregar o campeonato. São 18 jogos. Mas não pode dizer ao torcedor que apenas acreditar e confiar na boa palavra, no bom discurso, vai fazer com que o time jogue bem. Só fez oito gols até agora no campeonato. Isso é mentir para o torcedor, faltar com o respeito à história do Vasco.

O ex-meia lembrou de seu retorno ao clube, em 2011, quando teve que treinar atrás das balizas, para poupar o campo de São Januário.

- Imagina não ter um campo para treinar. Não é brincadeira. Vamos fazer o programa lá fora porque o estúdio não está legal? Eu voltei em 2011 e teve um dia que falaram para mim: "Vamos treinar atrás do gol, porque o campo vai ser prejudicado e temos jogo quarta-feira". Treinar atrás do gol? Eu sou jogador do Vasco! Isso se reflete em campo. Eu era criticado, porque era "pessimista". Eu me considero realista. Eu tenho dizer o que eu sinto, o que eu acredito.