O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região condenou o Remo a pagar mais de R$ 570 mil para Leandrão, que defendeu o clube na temporada 2014 e atualmente está no Vasco. O jogador acionou a Justiça em maio do ano passado alegando uma série de irregularidades em seu contrato com o clube, o que inclui atraso de salário e não pagamento de férias, 13º e luvas.
De acordo com o advogado do atleta, Filipe Rino, quase que a totalidade dos vencimentos do jogador era proveniente dos direitos de imagens, sendo registrados em carteira apenas R$ 1 mil de salário. Além disso, o contrato de Leandrão, com validade de um ano, não foi cumprido até o final. Rino alega que o jogador foi coagido e explica a razão.
– O Leandro recebia R$ 34 mil, sendo R$ 30 mil de direito de imagem, R$ 3 mil de auxílio moradia e apenas mil de salário. Em maio ele parou de receber, em junho a diretoria o chamou para uma reunião, com o objetivo de demiti-lo, e fez a seguinte proposta: o clube pagaria os dois meses atrasados e ele assinaria a rescisão, ou então, daquele mês em diante, ele receberia apenas o salário de carteira, ou seja, os mil reais. E ele optou pela primeira opção – disse.
Porém, após o acerto entre as partes, o Remo cumpriu apenas com o primeiro pagamento, não liquidando a fatura de junho e, ainda, deixando de quitar o restante dos valores referentes ao prêmio de bonificação pela assinatura contratual, as luvas.
– O Remo pagaria maio, e pagou, e junho num prazo futuro, o que não aconteceu. Ainda restaria o pagamento de R$ 30 mil do total de R$ 70 mil das luvas que ele teria que receber quando chegou a Belém. Com isso, ingressamos com uma ação na Justiça pedindo essas restituições e mostrando ao juiz que não existiu um acordo e, sim, uma coação. Que na verdade ele foi demitido. O juiz acolheu a tese – adiantou.
Ainda segundo o advogado do jogador, a situação poderia ter sido solucionada em fevereiro, em uma audiência de conciliação, em Belém, na sede do TRT. Rino revela que sugeriu ao Remo o pagamento de R$ 150 mil parcelado de cinco vezes, mas os dirigentes paraenses ofereceram apenas R$ 20 mil para entrar em acordo. Sem acordo.
– O Leandrão tinha contrato até dezembro. Porque então ele teria que aceitar abrir mão de mais de R$ 250 mil de salário para ficar desempregado em casa? O juiz entendeu isso. Na audiência em fevereiro, nos propusemos o pagamento de R$ 150 mil e eles R$ 20 mil. Não chegamos ao acordo. A situação do Remo ficou mais delicada depois que o clube alegou que não teria calendário naquele ano para disputar e por isso liberaria o jogador. O que não aconteceu. O Remo disputou a Série D – ponderou.
Outro lado
A diretoria do Remo foi procurada pela reportagem do GloboEsporte.com. Pietro Alves Pimenta, diretor adjunto do clube, confirmou ter conhecimento da decisão e disse que estuda as possibilidades de argumentações para recorrer da sentença até a próxima semana, prazo limite.
– Foi uma bomba que caiu no nosso peito. A gente tomou conhecimento da decisão do juiz e estamos reunindo internamente para tomar as providências. O clube deve recorrer da decisão, mas ainda estamos vendo qual será a melhor forma de conduzir essa questão – resumiu Pimenta.