Em decisão de sexta-feira passada, o desembargador Jaime Dias Pinheiro Filho, da 12ª Câmara Cível, reverteu decisão anterior de primeira instância que anulava a ação de execução de dívida de José Luis Moreira contra o Vasco. O atual vice de futebol do clube cobra do Vasco, em processo de 2009 - quando o presidente era Roberto Dinamite -, a execução de dívida de R$ 4.649.031,61, referente a empréstimos entre os anos de 2001 e 2003. Na decisão, o desembargador considera "indiscutível" o termo de confissão de dívida e "irrelevante" a investigação da origem da dívida, o que era contestado pela gestão anterior.
Membro da diretoria do Vasco, José Luis Moreira deve fazer acordo com a atual diretoria para receber os valores. O vice-presidente jurídico do Vasco, Paulo Reis, disse que ainda vai conversar com o presidente para saber qual rumo tomar no processo. A tendência natural, até pelo vice de futebol ser aliado político de Eurico, é pelo acordo.
- Vamos ver o que podemos fazer com o processo. Se vamos fazer acordo, se o José Luis vai ceder (algo na dívida), se vai fazer acordo. O presidente vai decidir o que fazer - disse Paulo Reis.
O advogado de José Luis Moreira, Luis Roberto Leven Siano, já trata a possibilidade do acordo como chance real. Ele lamentou que a diretoria anterior não reconhecesse a dívida do clube com Moreira.
- Eu espero que um acordo seja possível porque a decisão demonstra a existência do empréstimo e acho que o José Luiz estará bem disposto a oferecer um acordo que seja possível para o clube. A reversão do caso mostra que a decisão de não pagar o José Luis por parte da diretoria anterior foi meramente política. Todos do Vasco sabem que houve o empréstimo - diz o advogado Leven Siano.
Na ocasião do processo, em 2009, a diretoria de Dinamite pediu a um perito que analisasse o caso. Na decisão em primeira instância, a juíza Ana Lúcia Vieira do Carmo citava a declaração de imposto de renda do empresário dono de frotas de táxi – "com patrimônio declarado de pouco mais de R$ 1,6 milhão" – e questionava os altos valores de empréstimos.
A decisão do desembargador considera improcedente os embargos apresentados anteriormente pelos advogados da última gestão do Vasco e, conforme o texto, reconhece a confissão de dívida, que foi assinada pelos poderes do clube - por Eurico Miranda e o antigo vice-presidente de finanças, Amadeu Pinto da Rocha, falecido em 2013.