Política

Juventude Vascaína e Confraria Vascaína divulgam notas sobre balanço

A opinião da Confraria

Havia grande expectativa com relação à divulgação do balanço patrimonial do Vasco, para o exercício de 2017. Por anos, o ex-presidente Eurico Miranda divulgou que sua gestão era a gestão das “contas pagas”, e que seu maior legado seria um clube saneado financeiramente, com acordos judiciais sendo cumpridos e, aos poucos, recuperando sua capacidade de investimento. Os vascaínos queriam ver todo este discurso traduzido em números.

Após vencer a eleição em um golpe costurado numa aliança entre seu mentor, Roberto Monteiro, e o próprio Eurico Miranda, recebemos noticias de que Alexandre Campello havia estruturado uma equipe de finanças que buscava fazer um trabalho correto de levantamento e fechamento do balanço de 2017.

Por isso, também recebíamos notícias de que o ex-presidente Eurico Miranda, derrotado nas eleições, brigava por ser ele o responsável por preparar este balanço, mesmo que isso não fizesse nenhum sentido conceitual. Agora, entendemos a razão.

A divulgação do balanço do Vasco, dois minutos antes de se encerrar o prazo oficial, é uma declaração pública de que há fortes indícios de práticas muito negativas de gestão durante a presidência de Eurico Miranda.

É importante salientar que o triste e preocupante balanço divulgado pelo Vasco ainda está incompleto. A auditoria contratada se absteve de dar parecer por não encontrar condições documentais para tal e a auditoria de levantamento de dívida ainda não finalizou seu trabalho. Temos certeza de que o cenário é ainda pior do que aquele desenhado pelo balanço.

Algumas questões nos chamaram a atenção, mais do que as outras. A destacar:

- Eurico entregou o clube sem ativos para realizar as receitas que poderiam amenizar a dramática situação das contas da instituição. O Vasco possuía, em dezembro de 2017, apenas 35% dos direitos econômicos dos seus atletas. Para efeito de comparação, o Botafogo tinha 70%, o Flamengo tinha 65%.

- Eurico entregou o Vasco com a QUARTA receita entre os grandes clubes do Rio de Janeiro. São 190MM de reais de receita em 2017 contra 624MM de Flamengo, 212MM de Fluminense e 208MM de Botafogo. Além de sermos a QUARTA força em receita do Rio de Janeiro, somos hoje a DÉCIMA força do Brasil no mesmo quesito. NOVE clubes do Brasil faturam mais do que o Vasco.

- Eurico entregou o clube com 86 milhões de reais em DÍVIDAS VENCIDAS. Em resumo: todo o valor recebido pelo nosso maior ativo vendido em abril de 2018 não pagaria sequer as dívidas VENCIDAS de 2017. O prejuízo técnico oriundo da venda de Paulinho não se reverteu em capacidade de pagamento das dívidas vencidas ao longo do último ano.

- Eurico entregou o clube com mais de 30% das suas receitas futuras de TV comprometidas (92% em 2018, 63% em 2019, 32% em 2020 e 18% em 2021). Isso significa que o Vasco não tem praticamente NADA a receber esse ano da TV, que representa 80% das nossas receitas. É com se o ano, em termos de receita, tivesse acabado em fevereiro. Vale dizer que isso representa uma violação ao Profut, o que agravaria ainda mais nossa situação e praticamente inviabilizaria o clube.

- Eurico entregou o clube com 645MM em dívidas, após recebê-lo com 688MM. Vale dizer que 113MM em dívidas foram negociados no PROFUT, ou seja, a dívida real do Vasco seria de 758MM (e pode voltar a ser, visto que descumprimos a lei); um crescimento de 10,2% na nossa dívida em apenas 3 anos de gestão.

- Eurico entregou um balanço que contém mais de 5MM em despesas SEM COMPROVAÇÃO, ou seja, dinheiro que saiu do Vasco sem nenhuma comprovação fiscal, nenhuma justificativa contábil.

- Eurico se desfez de um jogador promissor, Mateus Vital, hoje titular do atual campeão brasileiro, por míseros 5MM de reais, no apagar das luzes, quando já sabia que havia perdido a eleição.

Obviamente, o balanço será analisado pelos grupos de oposição de forma mais ampla, com o objetivo de dar aos vascaínos mais informações sobre o nosso clube.

Porém, com o que já foi visto, é urgente que:

1) O Conselho Deliberativo seja convocado imediatamente para que a diretoria anterior se explique, principalmente no que tange às despesas sem comprovações e ao risco de sairmos do Profut;
2) O Conselho Deliberativo institua comissão para avaliar e aplicar as punições previstas em estatuto, caso sejam cabíveis;
3) O Conselho Deliberativo convoque a antiga diretoria, o empresário do jogador e quem mais for necessário para explicar a venda de Matheus Vital de forma inequívoca. Quanto foi o valor total? Quanto se pagou de dívida? Quanto está registrado na contabilidade do Corinthians? Quantas propostas recebemos pelo jogador para que se chegasse ao valor aceito?

Vale dizer que a divulgação de um balanço, mesmo incompleto, que respeite a realidade dos fatos e os princípios contábeis geralmente aceitos, é um grande passo e a atual Diretoria Administrativa merece ser parabenizada por isso. Mas é apenas o primeiro passo.

Sentimos falta das metas desta gestão, de forma clara. Se temos hoje 35% dos direitos dos atletas , qual a meta para o final do mandato? Qual é a meta para redução da dívida? Qual é a meta para a redução da dependência da TV? Qual é a meta de faturamento?

A atual Diretoria Administrativa assumiu o clube virando as costas para 120 anos de história democrática e de respeito aos sócios. Hoje, porém, a única alternativa que ela tem é pedir ajuda aos seus milhões de torcedores espalhados por todo o brasil. Para tentar reconquistar essa confiança perdida pela traição da eleição só há um jeito: o rompimento definitivo com as forças que atrasam o desenvolvimento do Vasco há anos.

Confraria Vascaína

Sempre em defesa do Vasco

💢 Nota Oficial da Juventude Vascaína 💢

Caros colegas vascaínos, a Juventude Vascaína vem por meio desta nota anunciar sua posição em relação ao balanço apresentado:

Primeiramente gostaríamos de parabenizar o presidente Alexandre Campello e a diretoria pela divulgação transparente e profissional do balanço, com dados verídicos e que mostram a real situação econômica do clube. Claramente é algo obrigatório e esperado, mas, devido aos problemas e dificuldades encontradas, já é um sopro de uma boa gestão.

Por meio deste balanço, podemos ver o nível trágico que se encontra o nosso Gigante, sobrecarregado de dívidas a curto e longo prazo, com 92,4% da receita de televisão, que é a mais expressiva, já comprometida devido, também, ao adiantamento destas até 2021. Aliado à incompetência para adquirir novas receitas, temos um desastre completo.

Ressaltamos que grande parte desse cenário caótico vem da administração anterior e que os mesmos devem ser penalizados por essa irresponsabilidade.

Entretanto, lembremos a todos que o Club de Regatas Vasco da Gama é o Time da Virada, e nós enfrentaremos juntos esses mares revoltos, para, enfim, colocarmos o Gigante da Colina em seu devido lugar, com comprometimento, transparência, profissionalismo e amor à Cruz de Malta.

Fonte: Divulgação
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