Delegação Vascaína
Foto: Photo Casentini |
O Vasco da Gama disputou entre o final de abril e o início de maio o Torneio Internacional Città di San Bonifácio na Itália com os jovens nascidos em 1997. Os \"Meninos da Colina\" não conseguiram o título, mas a quarta colocação conquistada foi bastante comemorada por todos. Isso porque o cruzmaltino terminou o campeonato à frente de grandes equipes do futebol europeu: Real Madrid, Arsenal, Juventus e Milan.
O único motivo de insatisfação da delegação vascaína em relação ao torneio aconteceu ainda na primeira rodada. Na oportunidade, alguns atletas do Gigante da Colina foram agredidos verbalmente por membros da delegação da Juventus. As agressões foram de cunho racista e partiram de membros da comissão técnica e de jogadores do time italiano. Mário Reigota, Gerente da Área Técnica das categorias de base do Vasco, deu mais detalhes sobre o triste episódio:
- O que aconteceu foi que durante a partida nós tivemos uma supremacia técnica muito grande. Nós criamos muitas ocasiões de gol e não conseguimos concretizar tudo o que produzimos. A gente fez 1 a 0 no placar e ele permaneceu até o final. A Juventus, na posição de clube mais importante da Itália, achou que não deveria perder para o Vasco e começou a partir para expedientes que não resolvem as partidas. Essas agressões começaram a partir do banco de reservas. A comissão técnica da Juventus cobrou alguns posicionamentos do árbitro. Isso criou um clima dentro da partida que não é o ideal para o esporte. Num determinando momento um atleta da Juventus chamou um atleta nosso de macaco - disse o dirigente ao programa \"Só dá Base\".
O acontecido revoltou o Vasco, que emitiu uma nota em seu oficial e cobrou um posicionamento duro dos líderes do Torneio. Os organizadores e o Sambonifacese, clube organizador do campeonato internacional, saíram em defesa do cruzmaltino e emitiram notas de repúdio ao racismo. A Juventus não se posicionou publicamente, mas pediu desculpas ao Gigante da Colina via e-mail:
- Essa situação foi relatada para a comissão técnica, para os responsáveis, para o chefe da delegação Doutor Rômulo e para mim. Nós tomamos imediatamente as providências cabíveis. Fizemos uma reclamação formal e oficial junto aos organizadores e a Sambonifacese, clube organizador do torneio. Eles emitiram um comunicado oficial no site. Também obtivemos uma resposta da Juventus. Eu pessoalmente fiz um e-mail para o diretor esportivo da Juventus e relatei tudo que aconteceu naquela partida. Ele me enviou um pedido de desculpas formal da Juventus para com o Club de Regatas Vasco da Gama. O diretor disse que não aprovava o comportamento da comissão técnica e dos atletas e prometeu tomar as providências cabíveis. Ele também se desculpou pelo ocorrido. A gente não pretendia nada mais além disso. Todas as reivindicações do Vasco foram atendidas. Nós como responsáveis pela delegação do Club de Regatas Vasco da Gama, que foi o primeiro a aceitar negros, não poderíamos ter tomado um atitude diferente da que tomamos. Esse triste episódio ficou encerrado ali. Não poderia acontecer, principalmente nessa idade, mas infelizmente aconteceu - afirmou Mário Reigota ao programa \"Só dá Base\".
Ainda segundo um dos chefes da delegação vascaína na Europa, o que mais impressionou a todos do Vasco foi o fato das manifestações racistas partirem da \"Vechia Signora\", que possuía em seu elenco um jogador negro:
- Esse tipo de comportamento num mundo globalizado como o de hoje não cabe mais. Eu fico surpreso porque tinha um negro no time deles. Eu me coloco no lugar desse rapaz, que viu os companheiros praticarem um ato de racismo contra outro jogador com as mesmas características dele. É uma coisa absurda e inimaginável. Infelizmente aconteceu, mas para o Club de Regatas Vasco da Gama isso já é página virada e um assunto encerrado - declarou Reigota ao programa \"Só dá Base\".
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Imagem do jogo entre Vasco e JuventusFoto: Photo Casentini |
Com informações do Programa Só dá Base/Só Dá Vasco.Por Carlos Gregório JuniorVeja a reportagem no
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