Leandro Bomfim: "Minha idéia é ficar por mais três anos"

O meia Leandro Bomfim é um dos destaques do time do Vasco na Copa do Brasil. Cumprindo uma função pouca falada e que dificilmente aparece para o torcedor e para a imprensa, o jogador acredita que esteja vivendo um bom momento na carreira, mas não o melhor. Com contrato até o fim do ano com o time da Colina, ele faz uma revelação animadora para os fãs de seu futebol: quer renovar por mais três temporadas com o clube.


Em uma conversa com o GLOBOESPORTE.COM, o jogador falou de sua função com o técnico Antônio Lopes, de como conseguir melhorar o seu rendimento em campo e de que não é fã das entrevistas e do contato com os
jornalistas no dia a dia do clube.

GLOBOESPORTE.COM: Como você vê essa função no time do Vasco? Você funciona como um termômetro no meio-campo, ligando o meio-campo ao ataque, não é?
Leandro Bomfim: O Lopes conversou comigo para que eu executasse essa função. Ele pede para eu fazer a ligação do meio-campo com o ataque. Tenho procurado fazer da melhora meneira. Não sou um volante de marcação de origem, mas tenho facilidade para sair com a bola dominada.

Como funciona o seu trabalho com Jonílson?
Ele é um jogador que dá tranqüilidade e tem muita pegada. Com ele, o negócio é procurar marcar e sair jogando. Jogo como segundo homem de meio-campo e tento ajudá-lo um pouquinho na marcação.

Você pensa em brigar por uma vaga na sua posição de origem?
O que importa é estar jogando. Se algum dia o Morais ficar fora da partida e o treinador pensar em me escalar na minha posição de origem, ótimo. De repente, eu jogo por ali, quem sabe, não é?

Você deixou o país muito cedo, com 17 anos, e foi para o PSV. No seu retorno ao São Paulo, você não conseguiu render o esperado e acabou saindo para o Cruzeiro. Por que não conseguiu render o que está jogando no Vasco com a camisa desses outros dois clubes?
Acho que o momento de hoje é diferente. Quando voltei para o São Paulo, em 2005, tive chances, mas não estive bem. No Cruzeiro, no segundo semestre, fui campeão mineiro, mas não consegui manter as atuações. No Vasco, estou mantendo o meu ritmo e estou muito feliz com isso.

Você atingiu o ápice de sua forma no Vasco?
O ápice não chegou ainda. Em algumas partidas, eu não fui tão bem, em outra fui muito bem. Com o passar do tempo, vou dizer se estou me sentindo no ápice. Tenho errado alguns passes bestas que eu não posso errar.

Qual foi o seu maior defeito antes de chegar ao Vasco?
Não querer correr e querer jogar. Eu não era participativo. No jogo passado, por exemplo, não fui muito ao ataque. O Preto não me acompanhava e sempre ficava nas costas do Madson. Tive que ficar mais preso e não apareci tanto no ataque. Como eu disse, para melhorar ainda mais, preciso deixar passes bestas.

O que aconteceu para você não se firmar no PSV, no Cruzeiro e no São Paulo?
O caso do PSV fui eu quem resolvi sair. Recebi uma proposta do Le Mans eles não quiseram me liberar. Decidi rescindir o contrato. Decidi vir para o São Paulo e as contusões me atrapalharam. Acho que a minha melhor fase foi nessa época do PSV, na temporada 2002/2003. Eu desequilibrava. Jogava mais perto do gol, criando os lances para os atacantes. Lembro que conquistamos o título, eu fiz três gols e ajudei o time. Dos 32 jogos, eu particeipei de 26. Na volta ao Brasil, no São Paulo, eu demorei para me readaptar.

Você é um jogador mais tímido e não aparece tanto. Por que?
Quando acontecem as entrevistas, se não me colocarem fico feliz. Eu prefiro ficar no meu canto. Sei que sou importante para o clube, mas prefiro ficar na minha.

Morais, Edmundo e Leandro Amaral aparecem mais para a imprensa e são falados a todo momento. Você se importa em ser importante para o time, mas em uma posição que não aparece tanto para o torcedor e para a mídia?
Olha, o Morais é um excelente jogador, o Edmundo está fazendo os gols, tem uma história no clube e está desequilibrando. Mas o Leandro Amaral é um dos melhores atacantes que eu já conheci e joguei junto.

Você tem contrato com o Vasco até o fim do ano e uma opção de renovação. Qual é a sua idéia?
Tenho essa opção de renovação e quero ficar. Minha idéia é ficar por mais três anos.