Pelo quarto ano seguido, Botafogo e Flamengo decidirão o Cariocão. O rubro-negro levou as três últimas, quando o time da estrela solitária era tido como sensação do momento, com futebol mais bonito e tudo mais. Agora é diferente. O time de Joel Santana surpreende. Começou o ano em baixa, piorou após a goleada sofrida contra o Vasco na Taça Guanabara. Até que chegaram Joel e sua estrela.
Já o Fla é atual campeão brasileiro, tem o melhor elenco. Fez uma campanha segura, mesmo conciliando-a com a Libertadores, principal objetivo da temporada. A vaga na final da Taça Rio foi conquistado após o Clássico dos Milhões desse domingo. De milhão só o nome, porque a realidade na arquibancada era muito diferente. Mais espaços vazios do que público presente. Apenas 24 mil pagaram para assistir a partida. E depois querem falar do charme do estadual.
Em campo, mais uma boa partida. O Vasco teve mais posse de bola, enquanto o Flamengo era mais perigoso, explorando a velocidade de Vágner Love, o melhor jogador desse Carioca. O Artilheiro do Amor conseguia se antecipar ao zagueiros vascaínos em quase todos os lances. Aproveitando o início inspirado de Bruno Mezenga, o rubro-negro abriu o placar. Lançamento de três dedos para Love, Prass parecia estar dormindo, demorou para sair, foi driblado e 1 a 0 Fla.
O Vasco pareceu não sentir tanto o gol sofrido no início. Tocava a boa, mas não achava espaço para finalizar. Até Careca bater escanteio, o baixinho Martinelli se movimentar bem dentro da área e subir sozinho para empatar. O gramado pesado, que já tinha atrapalhado ontem no Clássico Vovô, não permitia trocas de passes mais elaboradas.
Os times voltaram para o segundo tempo com a mesma mentalidade. O Vasco valorizando a posse de bola e o Fla explorando a velocidade de seus jogadores. Mezenga parou de funcionar e Pet entrou. Se não teve grande atuação, pelo menos deu sorte ao Fla. Foi com o gringo em campo que Léo Moura sofreu pênalti polêmico de Márcio Careca. Na minha opinião não houve pênalti, mas o lance é muito interpretativo. Love bateu bem e fez o gol da vitória rubro-negra.
O árbitro João Batista de Arruda ainda deixou de marcar pênalti de Willians, que botou a mão na bola para cortar cruzamento aos 42 minutos. Foram lances capitais, mas não podemos justificar a vitória do Fla só por eles. Seria leviano. O time rubro-negro soube criar mais e foi premiado com a vitória. Os vascaínos podem reclamar desses dois lances. Só discordo da declaração de Gaúcho, ao afirmar que o Vasco jamais ganharia do Flamengo hoje. Arruda errou, assim como Bassols ontem, mas não houve má-fé, armação nem nada dessas coisas que alguns tentam inventar.
Alheio a isso tudo, o Flamengo está na final da Taça Rio. Mais uma vez contra o Botafogo. Nas últimas três edições o Fla se saiu melhor. Mas esse ano o adversário tem a estrela e a competência de Joel Santana a seu favor. O Flamengo tem problemas na marcação de bolas aéreas, a principal arma do Botafogo. Por outro lado, tem a força da dupla Vágner Love e Adriano na frente. Assusta qualquer defesa. Quem vai vencer? Saberemos domingo que vem.