Os 30 primeiros minutos da vitória do Vasco sobre o Boavista, em Cariacica, foram excelentes. Uma boa atuação do time de Jorginho diante de um estádio lotado, empolgado e feliz. Tudo era positivo, a começar pelo ótimo desempenho de Nenê. Há de chegar aquele para reclamar que o camisa 10 tem enfeitado o pavão em alguns lances. Pode até ser, mas Nenê enfeita, sim, porém faz. Participa do jogo, está sempre bem colocado, ganha todos os rebotes e segunda bola, cobra escanteios, bate falta, bota companheiro na cara do gol e, vez em quando, curte um lençol, um ovinho ou um calcanhar. Qual é o problema, se ele faz tudo já descrito aqui? No atual estágio de mesmice do futebol brasileiro, achar pêlo em ovo no futebol de Nenê é querer ser chato ao cubo.
O fato é que o Vasco jogou muito bem durante 30 minutos. Nenê, idem, brilhou nessa etapa da partida. O torcedor se espremia e via a partida até nas rampas de acesso às arquibancadas. E até Marcelo Mattos decidiu a partida, com um raríssimo gol em sua carreira. Ponto para o volante e para Jorginho, que treinou a jogada, tirou i defensor da defesa e decidiu apostar nele nas bolas paradas.
No segundo tempo, o Vasco tirou o pé, perdeu o foco, os setores pararam de se movimentar e a marcacão do Boavista foi facilitada. Assim mesmo, o adversário do Vasco provou ser pouco efetivo no ataque, ainda maia sem Guilherme Costa e Leandrão. Não criou nada, mas não parou de fazer faltas em sequência em Nenê.
O jogo só saiu do estágio de torpor e sonolência quando Madson ficou com medo de chutar e perdeu gol feito. Não tinha jeito. Foi um jogo de 30 minutos. De resto, o banzo tomou conta do estádio, assim como um aroma fulminante de pipoca doce para tirar a acidez dos resmungões de plantão.