Foram dois anos e muitas boas lembranças de Jorge Henrique com a camisa do Botafogo. Mas o futebol é dinâmico e passado é passado. No melhor estilo ‘lei do ex', o atacante anotou o único gol do domingo e colocou o Vasco em vantagem na grande decisão do Campeonato Carioca.
Jorge Henrique apareceu para garantir o suado triunfo aos 15 minutos do segundo tempo. E de uma maneira um tanto quanto inesperada para ele: de cabeça.
Nenê achou espaço pelo lado direito e colocou a bola na área. O goleiro Jefferson saiu muito mal do gol e deu espaço para o baixinho Jorge, de 1,69m de altura, se antecipar e mandar de cabeça. A bola entrou mansa, chorando, mas balançou a rede botafoguense.
"O que vale dentro de campo é posicionamento, e hoje fui muito feliz dentro da área", comemorou o jogador depois da partida.
O Vasco teve nas mãos a chance de aumentar a vantagem quando Sassá foi expulso ainda aos 24 minutos por um carrinho criminoso no mesmo Jorge Henrique. O time cruzmaltino, porém, pouco conseguiu criar, e acabou saindo de campo com a vantagem mínima.
Mínima, mas importante, é claro. Na semana que vem, de novo no Maracanã, o Vasco joga por um empate para ser o campeão. O Botafogo precisa ganhar por dois gols de diferença para ser campeão ainda no tempo normal. Se vencer por um, leva a decisão para os pênaltis.
O jogo
O primeiro tempo de Vasco e Botafogo foi de intensa movimentação, mas nenhuma das duas equipes esteve claramente perto de abrir o placar. Ricardo Gomes armou sua equipe para não deixar o Vasco respirar, marcando sob pressão em todas as partes do campo, e partindo em contra-ataque sempre com o menor número de toques possível.
Martín Silva teve mais trabalho que Jéfferson, mas não por grandes defesas embaixo das traves, e sim por saídas providencias do gol e interceptando bolas levantadas na área. Aos 5 e aos 13, o goleiro vascaíno mostrou que estava atento ao deixar a meta e impedir que Salgueiro e Ribamar conseguissem finalizar após serem lançados.
Após a parada técnica, aos 20 minutos, o Vasco conseguiu superar o sufoco inicial e equilibrar a partida, mas não incomodou Jéfferson. Sem conseguir se impor, os comandados de Jorginho lembravam pouco a equipe que venceu o Flamengo com autoridade no último domingo.
Com dificuldades para chegar perto do gol, as duas equipes tentavam chutes de longa distância. Bruno Silva recebeu uma bola atrasada aos 36 e avançou em direção ao gol, mas antes de tentar uma jogada, arriscou da intermediária. O chute saiu forte e Martín Silva espalmou por precaução. No minuto seguinte, Nenê tentou o mesmo do outro lado, mas a finalização foi para fora.
O Vasco voltou para o segundo tempo com a marcação mais adiantada e pressionando a saída de bola do Bota. O novo posicionamento confundiu a equipe de Ricardo Gomes, que mesmo mantendo o ímpeto do primeiro tempo, perdia a bola com mais facilidade e permitia o contra-ataque vascaíno.
Num desses lances, a bola chegou a Nenê pela esquerda, e o meia levantou na área, onde o Vasco tinha apenas dois jogadores: Riascos e Jorge Henrique. A bola foi na direção da dupla, Jéfferson saiu muito mal e o baixinho tocou de cabeça para abrir o placar no Maracanã.
O clima ficou mais nervoso ainda quando aos 21 Nenê cobrou uma falta pela esquerda de intermediária, e levantou na área. Ribamar tentou cortar, mas mandou contra o próprio gol e quase marcou contra.
Três minutos depois, Sassá foi lançado na meia lua, mas, pressionado por dois marcadores, não conseguiu dominar. A bola voltou para a intermediária, e Sassá, com muita vontade, foi de carrinho e acabou atingindo o tornozelo de Jorge Henrique. O árbitro mostrou o cartão vermelho e o mandou para o vestiário mais cedo.
Aos 34, Diogo fez grande jogada, saiu costurando da esquerda para o meio e serviu Bruno Silva, que entrava sozinho pela direita. O meia ficou cara a cara com Martín Silva e encobriu o goleiro, mas a bola passou por cima do gol.
Quatro minutos depois, Neilton tentou o chute da entrada da área e a bola ficou na marcação, mas sobrou para Ribamar tentar de cara para o goleiro uruguaio. Num chute à queima roupa, Martín fez grande defesa.
Apesar da luta Alvinegra, o Vasco conseguiu segurar o resultado nos minutos finais e leva a vantagem para o segundo jogo da decisão.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 0 X 1 VASCO
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 1 de maio de 2016 (Domingo)
Horário: 16h(de Brasília)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés (RJ) e Silbert Faria Sisquim (RJ)
Renda: R$ 1.840.370,00
Público: 35.637 pagantes (43.822 presentes)
Cartões amarelos: Gegê, Fernandes, Neilton (Bota); Marcelo Mattos, Luan, Rodrigo, Nenê, Riascos, Julio Cesar (Vasco)
Cartão Vermelho: Sassá (Bota)
Gol: VASCO: Jorge Henrique, aos 15min do 2º tempo
BOTAFOGO: Jéfferson, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson Silva e Diogo Barbosa; Bruno Silva, Rodrigo Lindoso, Gegê (Fernandes) e Leandrinho (Sassá); Juan Salgueiro (Neilton) e Ribamar. Técnico: Ricardo Gomes
VASCO: Martin Silva, Madson, Luan, Rodrigo e Julio Cesar; Marcelo Mattos (Diguinho), Julio dos Santos (Yago Pikachu), Andrezinho e Nenê; Jorge Henrique e Duvir Riascos. Técnico: Jorginho