Confira, em primeira mão, a carta-renúncia de José Henrique Coelho, ex-vice presidente de marketing do Vasco:
Rio de Janeiro, 11 de fevereiro de 2009.
Ao Club de Regatas Vasco da Gama
Exmo. Presidente Carlos Roberto Dinamite
Ratificando nossa conversa telefônica na tarde de hoje, apresento o meu desligamento desta diretoria em caráter imediato e irrevogável.
O motivo do meu afastamento é a incapacidade desta presidência levar a diante os projetos que durante os últimos oito anos defendi e me comprometi a realizar quando apoiei a sua candidatura. Como presidente do MUV e membro da diretoria administrativa sempre me coloquei como responsável por esta implementação: uma gestão profissional, com organograma adequado, com reuniões de diretoria, com pessoas competentes a frente do trabalho e que através da transparência pudesse assegurar a torcida vascaína, aos novos parceiros e aos investidores a aplicação otimizada dos recursos. Depois de tanta luta e passados sete meses quero dizer que não vejo mais na sua gestão a capacidade de realizar este projeto mesmo contando ainda com grandes colaboradores em diversas áreas. As decisões de um presidente não podem seguir a mesma regra de um deputado e Vs.Sas ainda não entendeu isto.
Após a posse e a reabertura do clube aos seus verdadeiros donos, a torcida vascaína, que foi merecidamente comemorada em todo Brasil a sua gestão mostrou-se, ao contrário do prometido, incapaz de decidir e de realizar nestes sete meses as transformações necessárias.
Nepotismo nas contratações, fraqueza nas respostas diante da antiga diretoria deposta pelo povo e pelo voto, fraude de R$13 milhões no orçamento de 2009 apresentado pela vice-presidência financeira ao Conselho Deliberativo, farta distribuição de ingressos, como na antiga gestão, à vontade para os amigos e conselheiros e com medo das torcidas organizadas, ao contrário da vontade dos torcedores, desrespeito aos acordos com o Ministério Público, venda de ingressos por fora caixa dois, com a participação de conselheiros comprometidos, com o conhecimento do tesoureiro e todas as demais vice-presidências, falta de responsabilidade social para com o quadro de funcionários, não só pelos atrasos de pagamento, devido à total falta de recursos, mas também pela falta de critério nos salários dos novos empregados, política errática, falta de planejamento e definição para uso do C.T. no Vasco Barra, contratações para o futebol em 2008 sem ouvir a diretoria e em 2009 sem falar para a diretoria, decisões em reuniões mudadas após qualquer pressão dos desfavorecidos, além da falta de compromisso com a sobrevivência financeira do clube.
Nenhum ajuste sério foi feito.
Por todas estas críticas de trabalho e por não concordar com a atual gestão me retiro da diretoria, mas tenho a certeza que ainda assim nada poderá ser pior do que os últimos oitos anos de euricos, amadeus, valentes, reis e seus cúmplices aqui incluídos os presidentes dos subalternos conselhos do clube que promoveram a atual situação de falência que esta diretoria ainda deve tentar reverter. Continuo com a certeza de que a derrubada pelo voto da antiga diretoria terá sido o primeiro passo no caminho do nascimento do novo e grande Vasco que todos nós queremos.
Reafirmo por último que nos próximos dias, conforme sempre prometi publicamente, procurarei os meus advogados para encerrar as duas antigas ações movidas contra o clube, em 2003 e 2006, que garantiram a minha readmissão ao quadro social. Os valores de todas as indenizações que a justiça arbitrou em sentença contra a antiga diretoria e a meu favor estarei abrindo mão em favor do clube. Este valor que conforme os fofoqueiros de plantão avaliam em R$70 mil serão devolvidos ao Vasco como mais uma prova de minha lealdade ao clube.
Atenciosamente,
José Henrique Coelho