Leia mais trechos da entrevista de Jorginho após derrota para o Goiás

Mesmo ciente da situação crítica que vive o Vasco no Campeonato Brasileiro, o técnico Jorginho preferiu buscar pontos positivos na atuação de sua equipe na derrota por 3 a 0 para o Goiás do que colocar o resultado na conta da polêmica arbitragem da partida. De acordo com o técnico do Vasco, o jogo foi "atípico" e a equipe mostrou, em um cenário bastante adverso, algumas qualidades. Ele garantiu que os vascaínos mantiveram os "pés no chão" depois da vitória no clássico contra o Flamengo na última quarta-feira - foi o primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil -, e reconheceu que no fim, já com dois a menos, o time se fechou para não levar um "sacode":

- Sabiamos a dificuldade que enfrentaríamos aqui. O Goiás vinha de um grande resultado contra o São Paulo. Depois do Flamengo fomos sinceros, pés no chão. Sabíamos que poderíamos ter perdido o clássico, o Guerrrero teve chance no início. Hoje foi um jogo atípico, tomamos gol com poucos minutos, pênalti questionável, expulsão no início, acho que teve um pênalti para nós, mas de forma alguma quero julgar a arbitragem. Não gosto disso. Mas foi interpretação. Quero frisar que minha equipe mesmo em desvantagem tentou se organizar, manter a posse de bola. Depois tivemos a segunda expulsão e não tinha o que fazer. Tentamos no fim não tomar um sacode, uma goleada histórica. Diante de um quadro pessimista para muitos, nossa equipe se manteve unida, tentou com suas limitações no jogo se igualar na forma de jogar e se manter organizada.

Confira a íntegra da entrevista de Jorginho

O quanto a derrota pode atrapalhar para quarta?

Temos frisado muito que temos de pensar passo a passo. O duelo contra o Flamengo não tem nada a ver com o Brasileiro. É trabalhar, dizer passar para os jogadores que o pensamento é passo a passo. Nosso objetivo é claro. Perdemos um jogo, temos mais 18. Lutamos contra o pessimismo de muitos. Trabalhamos duro para manter o grupo focado no objetivo de permanecer na primeira divisão.

Equilíbrio emocional

É sempre possível manter, mas às vezes é difícil. Quem está em campo sabe como é. Sobre o Jorge, acho que ele merecia cartão amarelo. Ficou nervoso, mas não pisou no jogador. E o bandeira, que foi quem provavelmente o entregou, não tinha uma visão privilegiada. É muito difícil falar, erros existem, sempre vamos discutir. O importante é se manter equilibrado emocionalmente e taticamente. O segundo foi muito bom, mesmo em desvantagem numérica tentamos dificultar a vida do adversário. Claro que eles tiveram chances, o desgaste é grande. Mas vamos conversar para manter o grupo focado no objetivo.

Derrota

É preciso sentir a derrota. Isso dói, o jogador não quer sair de casa, fica mal humorado. No Japão eu não conseguia entender quando os jogadores não sentiam nada após uma derrota. Temos que pensar com muita clareza no que aconteceu, o que causou a derrota e evitar esse tipo de erro.

Erros

Tomar dois gols no início, um de bola parada... É preciso ter atenção redobrada nesse lance. Temos que ter mais atenção. Aconteceu e vamos corrigir. O que desejo sempre é manter os atletas otimistas em relação à situação. Temos mais 18 jogos, passo a passo vamos alcançar o objetivo.

Flamengo

Do adversário não espero nada, espero sempre da minha equipe. Oswaldo é um amigo particular, grande treinador. Já fez trabalhos maravilhosos. É uma competição diferente, mata mata. Vamos com a faca nos dentes nesse jogo.

Invasões de campo

Não vi, mas só lamento um acontecimento como esse. O torcedor é paixão pura. Precisamos entender que ele quer ver seu time bem, na primeira divisão. Os responsáveis pela segurança precisam estar atentos nesse momento. Lamento o ocorrido. Mas daqui para frente cada vez mais essa equipe estará comprometida, vamos alcançar o objetivo.