Léo Gago: "Ainda penso em jogar uma Libertadores pelo Vasco"

Além de acesso e título da Série B, Léo Gago está envolvido na disputa de uma marca menor. Com 11 gols em apenas 39 partidas, é o volante com melhor média entre todos os jogadores de seu setor em 2010, somando os que estão nas duas principais divisões do país. Porém, na contramão de Marcos Assunção e Elias, por exemplo, não ganhou destaque, nem um aumento de salário. Sem espaço no Vasco, foi emprestado ao Coritiba, pelo qual manteve a mesma eficiência nos chutes, sobretudo de pé esquerdo.

Em números absolutos, Gago está atrás do palmeirense Assunção, com 13, além de Robston, do Atlético-GO, e Maylson, do Grêmio, ambos com 12. Mas o trio teve muito mais participações ao longo do ano (veja tabela abaixo). O ex-jogador cruzmaltino amargou altos e baixos na Colina e foi reserva durante boa parte dos sete meses em que atuou pelo clube. Essa atitude, aliás, não foi bem digerida. Léo Gago pediu mais consideração e espera voltar com tudo em 2011, ao fim de seu vínculo com os paranaenses.

- Claro que fiquei chateado, não gostaria de ter saído, na verdade. Mas precisava jogar, ter mais espaço para não deixar minha fase cair. Até o último minuto, o Rodrigo Caetano (diretor executivo) não queria me liberar. Mas o Ney pediu. Estou satisfeito com meus números e posso fazer mais. No Vasco, nunca fui aproveitado do jeito que deveria ser, houve um pouco de injustiça. Mas ainda penso em jogar uma Libertadores pelo clube, depois de concluir esse bom trabalho no Coritiba. Imagina já voltar ganhando o Estadual? - sonha o volante, que assegurou que ficará de olho nos \"adversários\".

- Vou dar uma secada nesse pessoal, mas não torcer contra. É uma alegria a mais ser o artilheiro de sua posição. Vejo como um foco e uma motivação para fazer história pelo clube, que só foi campeão duas vezes no mesmo ano uma vez (ganhou o Paranaense também em 2010), segundo me falou um diretor. Toda vez que entrar em campo, vou lembrar dessa média.

Essa já é a terceira temporada que Gago deixa para trás a barreira de dez gols, feito incomum para sua posição em campo, voltada para a marcação. Pelo Avaí, em 2009, foram 15, fato que chamou a atenção do técnico Ney Franco, um antigo admirador.

- Trata-se de um jogador diferenciado em seu setor, que olhamos no mercado e a diretoria apresentou um projeto. Ele queria vir e está ajudando muito nessa parte final de Campeonato Brasileiro - comentou Ney.

Apesar das marcas expressivas, Léo Gago não tem ideia de quantos gols já fez na carreira. Só se recorda de alguns na hora de eleger os mais bonitos.

- Aquele contra o Americano, na Taça Rio, foi difícil. Foi ao lado da área, peguei muito bem na bola. Pena que perdemos o jogo (3 a 2) e o (Vágner) Mancini foi demitido em seguida. Também teve o gol contra a Portuguesa, de falta, e contra a Ponte Preta, numa arrancada, já pelo Coxa.

Em alta com a torcida, que agora elogia sua contratação, o volante está tão confiante que fez uma aposta com seu empresário, Luiz Alberto, que negociou 50% de seus direitos com o Vasco por cerca de R$ 1,2 milhão.

- Se eu fizer sete gols pelo Coritiba até o fim da Série B, ele vai me dar um dinheiro à parte (risos).

Para atingir a meta, só falta um, em sete rodadas.