elas mãos do maior ídolo, Léo Moura encontrou o caminho do recomeço. Sem jogar há dois meses, o lateral-direito se viu no meio da rivalidade entre Flamengo e Vasco após decidir deixar o Fort Lauderdale Strikers, dos Estados Unidos. Anunciado como reforço por Eurico Miranda, causou ira entre os rubro-negros. A volta ao Brasil, no entanto, seria mesmo pelo Coritiba. Nada disso foi possível. A Fifa não permite que um atleta defenda três clubes em uma temporada. O segundo semestre de 2015 estava comprometido. Até que surgiu Zico, surgiu o FC Goa, surgiu a Superliga Indiana. Em setembro, começa o novo desafio, mas antes o moicano fez questão de colocar o pingo nos "is": revelou o veto na Gávea, projetou retornar ao país em janeiro e não fechou as portas para ninguém.
- Quero voltar ao Brasil, independentemente do lugar. Vou ver o que vai ser melhor. Se tiver convite para jogar no Rio, quem sabe? Só o futuro vai mostrar - disse o lateral-direito, oficializado na equipe indiana na manhã desta quarta-feira.
E o futuro definido por Léo Moura aponta para, no mínimo, mais duas temporadas como profissional. Aos 36 anos, o lateral, que atuará no meio-campo na Índia, deixou o Flamengo no início de março, após quase 10 anos, 519 partidas e 47 gols. A aventura nos Estados Unidos, entretanto, não durou os três anos previstos em contrato. Depois de dez partidas, ele decidiu voltar ao Brasil. O baixo nível técnico encontrado e questões familiares teriam pesado na decisão. A primeira reação? Ligar para Gávea. A resposta, no entanto, não foi muito agradável:
- Quando sentei com minha mulher nos EUA e decidi voltar para o Brasil por questões familiares, o primeiro clube que procurei foi o Flamengo. Liguei para o (Alexandre) Wrobel (ex-vice de futebol) e falei da minha vontade, que ia voltar, passei tudo, e ele disse que falaria com o Conselho Gestor. Depois, liguei para o Rodrigo Caetano e aguardei. Quando cheguei ao Brasil, vi que o clube tinha contratado um lateral (Ayrton) e que não voltaria. Ouvi, ninguém me contou, o Fred Luz dizer que eu não voltaria ao Flamengo por questões políticas. Por isso, não voltei ao Flamengo.
Em busca de um novo clube, Léo Moura foi procurado por Goiás, Coritiba, Criciúma e...Vasco. O jogador não nega o contato com o rival cruzmaltino, mas garante ter passado a bola para o empresário Eduardo Uram, após ouvir sobre o interesse do vice-presidente e amigo José Luís Moreira. Surpreendido pelo anúncio da contratação pelo presidente Eurico Miranda, o lateral acredita que o desenrolar dos fatos tratou de amenizar os efeitos negativos do episódio:
- Isso causou um problema para mim. Muitas pessoas falaram sem saber, acusaram de todo lado, e o silêncio foi a melhor resposta. Ele falou do Ronaldo (Ronaldinho Gaúcho), que está no Flu. Falou de mim, e não estou no Vasco. Se um dia eu fosse jogar no Vasco, como já joguei, seria pelo lado profissional e familiar.
Em bate-papo de 30 minutos com o GloboEsporte.com, Léo Moura não se privou de dar sua versão sobre as negociações por um retorno ao Brasil, falou da expectativa de jogar em um país tão diferente culturalmente como a Índia e admitiu que só uma vitória da oposição nas eleições no Flamengo, em novembro, o faria voltar a sonhar com um retorno à Gávea:
- Com essa diretoria que está hoje, pelo Fred e pelo presidente, o que ficou bem claro é que não teria condição.