Após aproximação inicial, clubes da Libra (Liga de Clubes do Brasil) e Forte Futebol já estão em debates sobre detalhes de percentuais e números dos critérios de divisão de receita de TV para fundar uma Liga para o Brasileiro 2025. Foi apresentada uma proposta pelos clubes do Forte Futebol com mudanças sobre o modelo da Libra. Os dois grupos devem sentar em breve para discutir ponto a ponto por um acordo.
A Libra - fundada por Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo e com 14 equipes - com um modelo de divisão de dinheiro de TV, que já evoluiu. Um grupo de clubes não concordou, não aderiu e criou o Forte Futebol - liderado por Fluminense, Inter, Atlético-MG e Fortaleza, e com 25 times.
Recentemente, os dois grupos, que representam 39 clubes das Séries A e B, se aproximaram. Há consenso de que o objetivo deve ser chegar ao final do ciclo do primeiro contrato com a proporção em torno de 3,5 para 1 entre o clube que mais ganha e o que menos ganha. Para a Libra, isso ocorreria em 2030, o Forte Futebol apontou 2025. Pelo contrato atual, essa diferença gira entre 6 e 7 para 1.
A questão é quais os critérios e qual a velocidade de transição para chegar a essa realidade. O atual modelo da Libra tem divisão de 40% igual, 30% por posições e 30% por engajamento de torcida se a receita for até R$ 4 bilhões - essa é a estimativa de um ano de receita da Liga. E garante a manutenção do valor recebido por cada clube nos contratos da Globo atuais. Se a receita ultrapassar R$ 4 bilhões, aí a regra se torna mais igualitária.
O Forte Futebol aceita a garantia de que não haverá perdas para o atual, mas prevê que os números usados sejam da temporada de 2022. Isso terá dificuldade de ser aceito porque Bahia, Grêmio, Cruzeiro e Vasco - os três últimos da Libra - estão na Série B. O modelo da Libra prevê uma média dos cinco últimos anos.
Outra discussão é sobre a proposta de reduzir o valor ganho pelo campeão e aumentar o dos últimos colocados do Brasileiro. A mudança não seria tão grande em relação ao critério da Libra. Há uma boa chance de acordo com um ajuste nesse critério.
Um terceiro ponto em debate é a questão do critério de engajamento de torcida. Pelo lado da Forte Futebol, a ideia seria só usar audiência dos jogos de cada time. O modelo da Libra prevê tamanho de torcida, assinatura de pay-per-view e público em estádio. A inclusão de audiência é bem-vista na Libra, mas não como único critério.
Por último, discute-se se haveria um teto de diferença entre o clube que mais ganha e o que menos ganha. Essa é uma pauta do Forte Futebol, enquanto a Libra entende que a proporção deve ser atingida naturalmente com os ajustes dos critérios.
Após encontros iniciais, há quem ache que o acordo é questão de tempo, e há quem entenda que ainda não dá para ser tão otimista. Os próximos encontros vão determinar se esse é o final da história.