"O Vasco é minha vida, minha história e meu primeiro amigo”. O trecho da música entoada pela torcida na arquibancada pode muito bem ser usado para retratar a história do zagueiro Luan com o Vasco. Dos 21 anos de vida, viveu quase a metade vestindo a camisa do Cruz-Maltino. E, mesmo estando cada vez mais consolidado no elenco, faz questão de retribuir tudo o que o clube já fez por ele.
– Ainda não fiz nada comparado ao que o Vasco já fez por mim – afirmou.
E realmente não foi pouco. Quando saiu da pequena Fundão, no Espírito Santo, para realizar o sonho de treinar na Colina, deixou a família e passou a morar no alojamento de São Januário. Além disso, fez o segundo grau no Colégio Vasco da Gama e, hoje, é o único da geração dele (1993) a chegar ao time profissional.
Agora, passados quase nove anos, orgulha-se de ser o atleta profissional que está há mais tempo no clube. E sabe muito bem que 2014 é o ano da afirmação.
Como definir sua relação com o Vasco?
Se não for a minha segunda casa, é a primeira. Saí de casa com 13 anos e vim morar aqui. Me alimentei aqui, dormi aqui, estudei aqui. Só saía para ir na lan house aqui do lado jogar e falar com meus pais (risos). O Vasco é metade da minha vida, praticamente. Representa muito para mim e espero que um dia eu possa representar muito para ele também.
Como você chegou a São Januário?
O Vasco tinha um observador, já falecido, o senhor Nelson Teixeira. Durante um campeonato em Venda Nova do Imigrante (ES), no qual o Vasco disputou também, ele me chamou. Viemos eu e mais dois, mas só eu fiquei.
Em algum momento pensou em não vir?
Nunca acreditamos 100% que vai dar certo. Só acreditei mesmo quando a minha mãe comprou a passagem e disse que eu ia. Foi um momento de muita felicidade, pois era um sonho de criança que começou a ficar sério a partir dali. Eu sinto falta da minha família, e eles de mim. Mas eles me apoiaram sempre e espero um dia poder recompensá-los.
Se considera um espelho para os mais novos?
Na verdade, não me considero totalmente consolidado no Vasco. Por isso, ser campeão é o meu maior objetivo aqui. Não sei se me vejo como exemplo, mas sempre andei muito na linha. Isso conta muito.
Você acha que 2014 é o principal ano da sua carreira?
É o ano da minha afirmação. Fiz 21 anos, não tenho mais idade de juniores, então tenho que começar a trilhar o meu caminho no profissional. Realizar jogos, ganhar experiência, aprender com os companheiros e tentar amadurecer o máximo. Ano passado, as lesões me atrapalharam, joguei muito pouco. Mas neste ano estou trabalhando muito forte.
Ser quem mais jogou pelo time neste ano (25 jogos) é um exemplo?
É legal essa marca e fico feliz em poder jogar o máximo de jogos. Fui poucas vezes suspenso e não me machuquei. Mas sou zagueiro. Se tiver de tomar cartão em alguma hora para ajudar a equipe, vou tomar.
O Rodrigo está voltando de lesão. A “briga” vai ficar boa?
Estou achando que vou ter de trabalhar e correr mais (risos). Até porque, além do Douglas Silva e do Rodrigo, tem o Anderson Salles, que foi para a seleção do Campeonato Paulista, o Rafael Vaz e o Jomar. Por isso, vou ter de ralar bastante para me manter. Mas isso é bom para o Adilson, cria um leque de opções. Espero que faça a melhor escolha.
Sonha com a Olimpíada?
Todo jogador quer a Seleção. Não sou de criar expectativa, mas trabalho firme para acontecer. Ainda falta bastante tempo e espero que a minha hora chegue naturalmente. Sei que o professor Gallo vai fazer as melhores escolhas quando tomar a decisão.