Rio - A identificação de Vanderlei Luxemburgo com Flamengo, clube ao qual é sócio e torcedor, incomodou mais o torcedor vascaíno do que o período de ostracismo no mercado dos técnicos. Passados pouco mais de cinco meses, Luxa virou o jogo, duplamente. Ao tirar o Vasco do Z-4 e colocá-lo na trilha do G-6 no Campeonato Brasileiro, o treinador tornou-se unanimidade não apenas Colina, e chegou a entrar no radar do Internacional, mas descartou abandonar o atual projeto antes do fim. Atenta, a diretoria promete driblar a crise política e financeira para acelerar as tratativas e garantir a permanência de Luxemburgo em 2020.
A quarta melhor campanha do returno é fruto do trabalho de reestruturação e resgate da autoestima do grupo iniciado pelo treinador em maio, após o fracasso de Alberto Valentim e do interino Marcos Valadares. Ao assumir o Vasco na lanterna, Luxa atraiu os holofotes e blindou o grupo sempre que necessário. Com o orçamento limitado, conseguiu reforços pontuais como Richard, emprestado pelo Corinthians.
Com o orçamento limitado, apostou nos coletivos frequentes contra a garotada da base e pinçou nomes como Talles Magno, que ganhou status de principal revelação da equipe no Brasileiro, Gabriel Pec e Bruno Gomes. Com o apoio de líderes como Leandro Castan e Fernando Miguel, teve respaldo em campo para que suas determinações fossem compradas e cumpridas.
Com aproveitamento de 52,1% sob o comando de Luxa, o Vasco, mesmo em delicada situação financeira, salários atrasados e poucos reforços, reagiu no Brasileiro. A chance de classificação para a Libertadores pode ser pequena, 2% precisamente, mas passa a ser o combustível que alimentará o sonho de todos vascaínos, que agora torcem para que Luxemburgo enriqueça ainda mais o vitorioso currículo.
"O segredo é acreditar que pode ganhar. Eu tenho uma frase que vocês podem recordar, que é 'o medo de perder tira a vontade de ganhar'. Tenho de acreditar", disse Luxa.