A pausa do Campeonato Brasileiro tem servido para o Vasco aprimorar o condicionamento físico, o entrosamento e questões técnicas do elenco comandado por Vanderlei Luxemburgo. O período também tem servido para o treinador colocar sua filosofia em prática e unir ainda mais a equipe na luta contra o rebaixamento.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, depois da vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-GO, em amistoso disputado em São Januário, Vanderlei Luxemburgo destacou a importância de os jogadores entenderem o momento de dificuldade pelo qual passa o Vasco. Atualmente, o clube deve um mês de salários ao elenco.
- O presidente quer colocar os pagamentos em ordem. É obrigação, mas o Vasco não consegue, tem penhora, tem uma série de coisas. Mas não é porque o clube não quer pagar. Eu não quero ninguém insatisfeito. Se tiver insatisfeito, não precisa ir para os 29 jogos. O que o presidente falou é que todos os jogadores vão receber tudo até o fim da temporada. Isso é compromisso. Por isso estamos aqui – disse Vanderlei Luxemburgo.
Contratado em meio à disputa do Brasileirão e com o Vasco na zona de rebaixamento, Luxemburgo ainda não havia tido tempo para colocar em prática suas ideias de jogo. Agora, durante a Copa América, tem conseguido, mas mantém os pés no chão: a meta é não ir para a Série B.
- Depende (se está com a minha cara), se você achar que minha cara é feia ou bonita (risos). Evoluímos. Se você falar que é o ideal, não. Temos de evoluir mais. Temos time para brigar para não cair e podemos aspirar algo para cima. Essa equipe que temos está trabalhando forte para disputar esse Brasileiro. Com o trabalho e o talento de alguns jogadores podemos evoluir e pensar algo para cima. Mas a primeira obrigação é saber que nossa competição é essa – completou.
Veja outros trechos da entrevista de Luxemburgo:
Pikachu na lateral
- O Pikachu estava jogando fora daquilo que jogava. Não é jogador de meio. Jogava com três zagueiros, mas mais como ala. Estou colocando na linha de quatro, para ele saber que tem o momento de marcação para depois sair para o ataque. Ele tem evoluído bastante.
Amistoso
- Acho que o time jogou bem no primeiro tempo. Teve domínio do jogo. Criou tanto por um lado como pelo outro. Deixei mais 10 ou 15 minutos no segundo tempo. O outro time que entrou também criou bastante situação de gol. Houve um crescimento no aspecto físico, técnico e tático.
Marquinho estreando no ataque
– Muitas equipes jogam sem referência e criando. O que gostei é que houve a troca dele com o Marrony e os segundos volantes pisaram na área. Tem de pisar na área. Não pode achar que só tem de defender. O Richard fica mais por trás, mas tem de pisar na área. Gostei muito do Richard jogando por trás, porque a bola dele é boa. Está sempre buscando o cara da frente. O futebol é vertical. Totalmente verticalizado.
Preocupação com o rebaixamento
- Tenho uma preocupação muito grande, porque a realidade do Vasco é diferente das outras equipes. Não adianta pensar em um jogador que vai chegar para ganhar X ou 3x, que o Vasco não vai pagar. Eu gostaria de ter mais, mas estou satisfeito com o que temos dentro do que foi proposto para nós.
Elenco
- Estou definindo a parte profissional e abrindo cinco ou seis vagas para a base. Não estão aqui porque acho que jogador da base precisa jogar. Estou contando com eles. Temos cinco ou seis jogadores já prontos. Já fazem parte do elenco profissional jogando no sub-20.
Marquinho e Valdívia
– Nos treinamentos, eu abri para a imprensa por causa do tal do X9. Quem tem ido, tem visto que tenho feito variedades para treinar os jogadores. Eu posso usar o Marquinho pela esquerda, o Marrony por dentro. Posso usar o Valdívia avançado como falso 9. Posso usar o Tiago. Todas essas situações foram usadas nos treinamentos. A intertemporada serviu para isso. Definir essas coisas. Lateral é o Pikachu, segundo é o Cáceres. Henríquez é o titular, Werley é o reserva.
Jogadores que não devem ficar
– Defini o elenco que vai para intertemporada e Foz. Se não foi, tem alguma coisa. Optei por algumas situações. Quem está indo, está indo comigo. Estão indo lesionados, Breno, Castan e Ramon, e seis vagas para juniores. A categoria de base tem de ser usada. O Jairinho é bom jogador, mas eu tenho o Talles que tem 17 anos e é jogador do Vasco da Gama. É uma opção de negócio, de estratégia, de valorização de jogador, nada pessoal contra ninguém.