No aperto de mão, Ricardo Gomes ainda tem dificuldade e se esforça para retribuir o cumprimento. A caminhada ainda é pouco mais lenta. Mas nada que impeça o diretor técnico de participar ativamente da vida do Vasco em 2013. As sessões de fisioterapia e fonoaudiologia vão continuar consumindo horas das semanas de Ricardo, que coloca como novo objetivo a retomada da carreira também dentro de campo.
Mas a missão não é fácil. O fisioterapeuta de Ricardo, o vascaíno José Vicente Martins, professor de fisioterapia neurológica da UFRJ, lembra que nem todo paciente que se trata após sofrer um AVC consegue recuperar 100% dos movimentos.
- Ele melhorou bastante a parte motora, mas ainda tem dificuldades que afetam o andar. A região afetada no cérebro foi o córtex, que trata da sensibilidade. A outra coisa é que ele operou foi o joelho, na época de jogador. Mas como ficou um período com a perna paralisada, ele ainda sente dores - explica Martins, que ainda prevê mais seis meses nessa rotina. O nosso maior objetivo é que ele volte a ser técnico no campo.
No início da recuperação, Ricardo fazia sessões de cinco horas entre fisioterapia, hidroterapia e musculação. Hoje, são menos horas, apenas duas vezes na semana, além da fonoaudiologia, uma vez.
Oficialmente, Ricardo só retorna ao Vasco para trabalhar no dia 3 de janeiro, data da reapresentação do elenco. Ele vai viajar para a pré-temporada junto com o grupo, vai a todos jogos e viagens, da mesma maneira que outros integrantes da comissão técnica. Por enquanto, o trabalho se resume a muitos telefonemas e contatos.
- Eu e Ricardo estamos nos falando todos os dias e várias vezes ao dia - comenta o diretor-executivo Daniel Freitas. Até o fim do ano, a programação de treinos segue com a supervisão do fisiologista Daniel Gonçalves, que também está cuidando da preparação física do time.