A nova diretoria do Vasco terá de lidar com uma situação financeira delicada: a maior parte ou toda a cota da Globo por direitos de transmissão de 2018 foi recebida de forma antecipada pelo ex-presidente Eurico Miranda. O clube ainda tenta obter todos os documentos para saber o tamanho do buraco que deve se estender a 2019. Certo é que as rendas estão comprometidas.
A informação sobre a antecipação das cotas de TV do Vasco foi confirmada pelo presidente Alexandre Campello. ''Tem um valor significativo antecipado de TV de 2018 e 2019. Um comprometimento importante. Não dá para precisar quanto porque é dividido por parcelas'', revelou o dirigente.
O contrato de televisão é a principal fonte de renda vascaína, representando cerca de 80% do total ou R$ 165 milhões, segundo o último balanço de 2016. No último documento financeiro do Vasco, o registro de antecipações da Globo era de R$ 14,3 milhões. Mas está claro que esse valor subiu bastante em 2017.
''Sei que tem antecipação. O grosso do dinheiro já foi antecipado. Junto à Globo, soubemos que quase tudo de 2018 já foi recebido. Tem uma nova folga no novo contrato (válido até 2019)'', contou o vice-presidente de Finanças vascaíno, Orlando Marques. ''Queremos validar todos essas dados com documentos para ter confiabilidade. Mas é verídico.''
Há ainda outra questão: o clube tem pouca informação sobre as cotas de 2019 porque ainda procura os documentos. ''Pelo que sabemos, já tinha sido assinado (contrato de 2019). Foi assinado. Não temos o contrato ainda. Eurico fazia uma gestão muito individualizada. Estamos buscando.''
Isso não significa que o Vasco não vá receber nada da Globo em 2018. Há cotas variáveis como as de Pay-per-view que são pagas só depois das vendas, e por isso, a emissora não costuma antecipar.
Não é a única receita comprometida vascaína. Orlando Marques informou que o clube já recebeu os pagamentos pelas transferências de Mateus Vital e Madson, que giravam em torno de R$ 10 milhões. Segundo o dirigente, a informação é de que o dinheiro foi usado para pagar despesas e dívidas.
Campello ressalta que caberá ao Vasco buscar receitas novas. Acertado por Eurico Miranda, o contrato com a Lasa, empresa do ramo famacêutico, está ainda em análise pela nova diretoria. A intenção é verificar se há condições ou cláusulas que podem prejudicar futuramente o clube. Por isso, o jurídico analisa antes de confirmar o compromisso.