O final da primeira fase do Campeonato Carioca não encerrou as discussões sobre o público extremamente reduzido da competição neste ano. Pelo contrário. Ao final das 16 rodadas que apontaram os campeões de Taça Guanabara e Taça Rio – Flamengo e Boavista, respectivamente –, o número de pagantes decepciona naquele que já é considerado o pior Estadual do Rio deste século em média de público.
E não é apenas a média de 2.207 torcedores por jogo justamente no ano que marcou o retorno do Maracanã ao torneio que assusta. O Campeonato Carioca não conseguiu levar mais de mil pagantes aos estádios em 63% dos seus jogos: 76 das 120 partidas.
Em um levantamento mais abrangente, o Estadual do Rio teve ainda mais de 50% dos jogos (61) com menos de 500 pagantes nas arquibancadas. E tal marca não se restringiu aos times de menor investimento. Somados, Flamengo e Botafogo amargaram a marca em quatro oportunidades.
O único time que não teve "problemas" com tais marcas abaixo das médias históricas foi o Vasco. Mesmo que o fato não seja motivo de comemoração, o Cruzmaltino levou mais de mil pessoas aos estádios em todos os seus jogos.
No entanto, foi o Fluminense, com a melhor média entre os grandes, quem teve a situação menos complicada. O time das Laranjeiras esteve em campo nos cinco maiores públicos do campeonato. A maior marca foi no jogo contra o Bonsucesso: 15.357 torcedores prestigiaram a reestreia de Darío Conca no Tricolor.
A baixa procura de ingressos foi refletida nas receitas dos clubes. Com taxas cada vez mais altas, os clubes tiveram prejuízo de bilheteria em 87% dos jogos. Neste cenário, apenas a Federação teve motivos para comemorar: a entidade embolsou mais de R$ 880 mil em taxas.
Ainda assim, o presidente da entidade, Rubens Lopes, garante não estar satisfeito com a baixa procura atual.
"É claro que não gosto de ver o Campeonato assim, mas a fórmula já estava decidida há tempos. O que devemos fazer agora é sentar a conversar para evitar essas críticas e números. A Federação está aberta aos clubes. É aqui que vamos debater", comentou.
Uma das ideias de Rubinho, revelada em entrevista na última semana, é reduzir o número de clubes e datas a partir de 2016, tentando tornar o campeonato mais atrativo.
Além de uma medida para recuperar o público, a sugestão do presidente reeleito da Federação foi uma resposta às críticas recentes de Flamengo, Fluminense e Vasco. O trio chegou a assinar uma carta conjunta atacando a entidade e o campeonato atual.
E caberá justamente aos três clubes tentar elevar a pior média do século. A partir desta quarta, Flamengo, Fluminense e Vasco, além da Cabofriense, disputarão as semifinais da competição cada vez mais esvaziada.