Mandarino: "Destruir é fácil. Mas a reconstrução é penosa"

O Vasco afundou até a Série B e voltou à superfície no campo, terreno onde tudo indicava um futuro promissor. Mas continua afogado em problemas do passado.

A retomada de fôlego, e os sinais que a temporada 2010 trariam o alívio imediato, ainda não se confirmaram e a diretoria admite que as dificuldades são grandes. Da receita anual de aproximadamente R$ 50 milhões, 20% (R$ 10 milhões) estão comprometidos para o pagamento de dívidas trabalhistas. A dívida total é de cerca de R$ 380 milhões e a primeira parcela do patrocinador para a temporada, de R$ 7 milhões, ainda não foi liberada. Os números serão apresentados no balanço do patrimônio este mês. Mesmo sem dinheiro, o planejamento prevê a contratação de três reforços até o início do Campeonato Brasileiro e o empréstimo de três jogadores do elenco atual.

— Destruir é fácil. Mas a reconstrução é penosa — explicou o vice-presidente de futebol, José Hamilton Mandarino.

Dependente de recursos externos, o Vasco tenta a ressurreição financeira a partir do futebol. Mas enfrenta um dilema: sem dinheiro para ir ao mercado contratar jogadores, virou refém de um fundo de investimento controlado por empresário que negocia de acordo com a vontade do clube, mas sem deixar um níquel para a construção de um CT e reestruturação das categorias de base.

— Ter um time mais forte ou mais fraco depende de dinheiro.

Temos uma lacuna que é não ter um centro de treinamento, fundamental para a base, para a formação. Isso depende de investimento — disse Mandarino.

Diretoria do clube aposta no profissionalismo A atual condição financeira, segundo o dirigente, foi agravada ao longo dos anos e teve um resultado negativo com o projeto olímpico do clube a partir de 2000.

— É um quadro de endividamento enorme. São os resquícios de um projeto aventureiro no passado — declarou o vice de futebol.

É neste quadro que o Vasco está a um mês do início do Campeonato Brasileiro, no ano de sua volta à elite, da retomada.

A diretoria afirma já ter a receita para combater a penúria: profissionalismo e criatividade. .