Praticamente sem chances de disputar a Copa Libertadores na próxima temporada, o Vasco ainda tem uma missão nas últimas quatro rodadas do Campeonato Brasileiro: recuperar a estrutura emocional da equipe. Em meio a uma extensa crise dentro e fora de campo, o elenco cruz-maltino vem demonstrando claro abatimento a cada partida.
Os problemas são vários. Devido a dificuldades financeiras do clube, os jogadores estão com dois meses de salários atrasados. Pelos mesmos motivos, importantes nomes da equipe, como Diego Souza, Rômulo e Fagner, foram negociados ao longo da temporada, sem reposição à altura.
De início, as perdas levaram a uma queda do rendimento técnico do time. Os resultados negativos logo apareceram e provocaram novo problema: a instabilidade emocional do elenco.
Neste domingo, o Vasco chegou à sexta derrota seguida no Brasileiro 3 a 0 para o Sport, em São Januário. Em todas, um aspecto em comum: a incapacidade de reagir em situações adversas.
Hoje, mais uma vez, o abatimento tomou conta do time. Apesar de toda a mobilização, isso vem acontecendo recorrentemente, avaliou, após o jogo, o técnico Marcelo Oliveira.
Disposto a encerrar a sequência de derrotas, o treinador armou um esquema ofensivo, com jogadores experientes. O time começou melhor a partida, mas sentiu o primeiro gol do Sport, ainda no primeiro tempo, e não conseguiu reagir.
Nos minutos finais, até mesmo os jogadores mais experientes, como Juninho e Felipe, não demonstravam a disposição habitual.
Era um time experiente. Depois do gol, se abateu, começou a cometer erros muito simples. Tentamos reanimar no intervalo. Coloquei o Felipe para reforçar isso. Não há nenhuma dúvida que a equipe se abateu, isso tem acontecido com frequência, lamentou Oliveira.
Cobiçado pelo Cruzeiro, o técnico se reunirá nesta segunda-feira com o presidente do clube, Roberto Dinamite, para definir sua situação. Mesmo sem saber se permanecerá no Vasco, Oliveira indicou o que precisa ser feito para que a equipe dê a volta por cima.
Uma equipe de futebol precisa ter bons jogadores, ser competitiva. É uma exigência do futebol. É preciso ter um equilíbrio emocional para não se abater, assim como marcar gols e não se empolgar, concluiu.