Marlone tenta ajudar o Vasco em seu último jogo pelo clube

A história de vida de Marlone daria um filme. É o que mais se diz e se repete em São Januário desde a chegada do garoto de Augustinópolis, no interior do Tocantins. Aprovado em peneira vascaína em Imperatriz, no Maranhão, o camisa 30 de 22 anos se despede do clube oito anos após chegar cheio de sonhos e conviver com mágoas e decepções no clube. Neste domingo, contra o Atlético-PR, o Russo pode evitar aquilo que viu de perto em 2008, como gandula do Vasco: um novo rebaixamento.

Marlone chegou ao Vasco em 2006, morou anos no alojamento do clube, que já foi debaixo das arquibancadas do velho estádio vascaíno, depois alugou um apartamento ao lado do clube e hoje mora em Jacarepaguá. Mas a principal mudança será anunciada na segunda-feira, após o destino do clube ser decidido dentro de campo em Joinville. Vendido a investidores, o jogador vai atuar pelo Cruzeiro em 2014. Da venda de 2 milhões de euros, o Vasco vai receber cerca de R$ 4 milhões. Embora ainda tente incluir Pedro Ken na jogada, os vascaínos, que tentaram aumentar o salário e a multa rescisória do jogador, tentaram acelerar o recebimento da quantia neste fim de ano para quitar salários e outras dívidas. A diretoria do Vasco nega que tenha feito contato para acelerar a negociação, porém outras fontes ouvidas pelo GloboEsporte.com confirmam o contato com investidores e representantes do Cruzeiro.

- Não sei se algum jogador já viveu história igual à que eu tive com o Vasco – dizia Marlone em entrevista ao GloboEsporte.com, no primeiro dia de novembro.

Dias depois, em grande atuação, o jogador seria decisivo para o início da arrancada de Adilson Batista nesta reta final de Brasileiro. Gandula em 2008 e com relatos e depoimento pessoal de maus tratos e descaso do clube durante seus oito anos de Vasco, Marlone encerra sua passagem pelo clube com saudade do lugar que viveu boa parte do início da sua carreira. Nesse período, o jogador chegou a ser mandado embora sob suspeita de ‘gato’ – adulteração de idade para influenciar no desempenho esportivo -, voltou sozinho, encontrou o irmão gêmeo pela primeira vez após separação ainda na infância, por pouco não foi emprestado para clubes menores e foi preterido na base vascaína e, para muitos, promovido tardiamente aos profissionais.

- Eu tive mais decepções do que alegrias no Vasco, a verdade é essa. Mas sempre vi nesses momentos de dificuldades as oportunidades que apareciam.