Sem dinheiro em caixa e sem ter de onde tirar recursos financeiros para pagar os quatro meses de salários atrasados a jogadores e funcionários (cinco meses para alguns), o Vasco prepara a venda de mais um jogador revelado em suas divisões de base.
Marrony, o atacante de 21 anos, que está sendo negociado para o Atlético-MG, será, num levantamento despretensioso, a 15º prata-da-casa a deixar o clube nos últimos dez anos.
Ainda não se sabe, oficialmente, o valor da venda.
Mas, como o clube está em situação dramática, é fácil imaginar que estará longe dos dez milhões de euros que se esperava faturar no final de 2018.
Foi quando Marrony ganhou espaço nos profissionais e foi, ao lado do veterano Maxi Lopes, peça importante do time que evitou o quarto rebaixamento do clube.
Faltou, ali, um bom executivo na pasta, ponto fraco da atual gestão.
Alguém que capitaneasse um projeto voltado especialmente para o desenvolvimento e para a imagem do jovem promissor.
Aliás, como deveria ter ocorrido com o volante Andrey, de 22 anos, titular em 23 dos 25 jogos que disputou naquele Brasileiro.
No Estadual de 2019, competição que deveria servir para a consolidação da imagem, o volante foi escalado em apenas quatro jogos.
Quatro jogos!
Alexandre Faria, o executivo da época, Alberto Valentim, o técnico, e PC Gusmão, coordenador de transição, deveriam ter sido chamados às falas e cobrados pelo mau uso da prata.
Não tem jeito.
Clubes como Vasco, Fluminense e Botafogo precisam fazer da comercialização dos jovens que revelam o plano de capitalização para redução de suas dívidas.
Até que o passivo tota seja, no máximo, do tamanho da receita anual.
Esperar que o dinheiro venha do patrocínio salvador, do mecenas apaixonado ou da colaboração do "sócio-torcedor" é dar remedinho para a chaga que suga a saúde da instituição...