A relação entre os vascaínos e Martín Sílva sempre foi precoce. Carente na posição, depois da desastrosa temporada de 2013, a torcida não esperou nem mesmo o fim da primeira competição para declarar seu carinho pelo goleiro uruguaio, que comprovou a fama com bom desempenho e poucos gols sofridos. O apoio maciço que recebeu em meio ao drama quando sua filha recém-nascida adoeceu também contribuiu para fortalecer o laço, e nem mesmo a perda do estadual o abalou. Em sua segunda Copa do Mundo, o único representante do clube diz que sentiu-se em casa no país e observou as referências à cruz de malta sempre onde passou.
- Vi bandeiras do Vasco em quase todos os estádios que visitamos. Sempre me saudavam e se recordavam de mim. Muitos iam para isso. Era algo muito significativo para mim.
O princípio de idolatria ainda o deixa desconfortável pelo curto tempo, mas também contente.
- É estranho, mas uma surpresa muito agradável. Fico feliz que as primeiras impressões que foram boas. Sempre é lindo trabalhar onde você se sente motivado pela torcida. Só tenho a agradecer toda essa gente pelo carinho - respondeu o camisa 1.
De volta aos treinos, Martín se diz pronto para jogar contra o Santa Cruz, na terça-feira qe vem, em Santa Cruz, e garante o foco total na recuperação do Vasco na Série B e na sequência da Copa do Brasil. Após reapresentar-se em Atibaia na tarde de segunda-feira, terá mais cinco dias em regime de concentração para dividir com os companheiros tudo o que viveu até a eliminação nas oitavas de final do Mundial, para a Colômbia, no Maracanã.
- Foram muitas experiências, positivas e negativas. Obviamente que todas deixam algo e é bom poder voltar ao Vasco e compartilhar as coisas que vi no Mundial, onde pudemos treinar e jogar contra os melhores jogadores do mundo. Agora, eles também vão compartilhar as experiências desse período de treinos em que não estive. Foram coisas muito lindas, porque nossa equipe foi competitiva contra potências mundiais, e isso é uma grata experiência.
O goleiro cruz-maltino acredita que a Celeste poderia ter ido mais longe se o craque Luis Suárez, suspenso por nove jogos por ter mordido o zagueiro Chiellini, da Itália, estivesse em campo e sua punição não tivesse afetado tanto o grupo emocionalmente.
- (Afetou) em todos os sentidos. É um jogador que traz muita coisa boa, pode ganhar uma partida a qualquer momento. Já havia mostrado seu potencial conosco e na Inglaterra. Foi uma situação atípica de ficar sem saber qual seria punição, se não seria, e atrapalhou na concentração contra a Colômbia - afirmou Martín, reserva de Muslera.
Aos 31 anos, prefere não fazer planos na seleção a longo prazo e pensa somente na Copa América de 2015, quando o Uruguai defenderá seu título.
HOMENAGEM EMPOLGA
Com um certo atraso, o Vasco lançou uma camisa em sua homenagem - na cor celeste. Logo que a viu, se encantou. A peça está à venda nas lojas oficiais a R$ 129,90.
- Sim, (gostei) muito. A verdade é que a parte do desenho é muito linda, os detalhes em que se recordaram de mim. Claro que é um orgulho para a instituição ter um convocado no Mundial. Mas estou muito agradecido, foi uma grande alegria - admitiu.
Algo parecido no Brasil foi feito com Loco Abreu pelo Botafogo. Martín Silva revelou que conversou com o veterano atacante e também com Lodeiro sobre o assunto.
Da concentração uruguaia, o goleiro assistiu aos jogos da equipe antes do início do Mundial e celebrou o alívio com a vitória sobre o Boa-MG. Ele aprovou as atuações de Diogo Silva.
- Vi todos os jogos, houve momentos bons e ruins, mas terminamos com a vitória que estávamos precisando. Sobre Diogo, vi atuações muito regulares. Fico feliz porque ele que merece.