Não foram das mais amenas as palavras do goleiro Martin Silva aos companheiros no vestiário do Vasco, na Fonte Nova, após a derrota de 3 a 0 para o Bahia.
O jogo marcou a estreia do time de Zé Ricardo na Copa do Brasil e o placar o deixou em situação difícil visando a classificação à próxima fase.
Falou forte e fez cobranças duras aos mais indolentes.
E disse tantas verdades que há quem diga que o discurso do uruguaio evidenciou a necessidade da reformulação do elenco.
O que já não seria fora de hora.
A folha salarial do departamento de futebol do Vasco gira em torno dos R$ 6 milhões mensais, e com este dinheiro seria possível ter mais equilíbrio.
O time não tem um só zagueiro confiável, os laterais são ineficientes e os jogadores que compõem meio e ataque carecem de lucidez _ o craque é o goleiro.
A falta da referência de qualidade entre jogadores de linha exige muita aplicação e dose dupla de concentração.
Principalmente na falta de um craque em quem se possa confiar as causas impossíveis.
Há dez partidas que o Vasco não consegue fazer um gol antes do adversário.
O último confronto em que abriu o placar foi nos 3 a 2 sobre o Fluminense, na semifinal do Estadual, no dia 28 de março.
Desde então habituou-se a ter que correr dobrado nos minutos finais para não sair derrotado.
O que acelerou o desgaste físico e psicológico dos jogadores.
Resultado de uma equação simples: time limitado, ausência de um "super-herói", e a dura rotina de um jogo a cada três dias e meio.
Fora o tempo gasto em viagens.
Não a toa, nos dez jogos disputados nos últimos 35 dias, o Vasco de Zé Ricardo acumulou quatro derrotas, duas delas na Libertadores, e por 4 a 0.
Venceu apenas três partidas, e perdeu outras três.
Por mais que o técnico por vezes se perca na busca de soluções, o problema maior decorre das limitações do elenco.
E Martin Silva já parece incomodado com isso...